No último domingo (13), foi realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Chamou atenção o número de abstenções que ocorreram, 27% dos inscritos não comparecerem no dia da prova; 905 mil pessoas de 3,4 milhões. Este pequeno “detalhe”, ilustra perfeitamente a desmotivação dos brasileiros com a educação, não se sentem incluídos nesse processo. Não é por preguiça, nem falta de vontade, muito pelo contrário, representa à negligência estatal – sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que retirou investimentos na área de educação, por exemplo: o PNES ( Programa Nacional de Assistência Estudantil), sem contar à ingerência no período da pandemia, em que os alunos mais carentes ficaram mais de 2 anos sem aulas, sem acesso ao material básico para prosseguir com os estudos , sem qualquer auxílio do estado, ampliando a desigualdade social.
A situação para os jovens de periferia é cada vez mais preocupante, estes, que não podem contar com uma educação de qualidade, se preocupam em trabalhar para não morrer de fome, ou passar por maus bocados. Não existe uma preocupação em democratizar o ensino, não existe incentivo financeiro, essa margem da população, que representa a esmagadora maioria do país, estão excluídos das universidades públicas – é bom colocar em evidência, que sob o governo de Jair Bolsonaro, a universidade privada também se distanciou da classe trabalhadora, pois foram reduzidos os programas como o FIES (Financiamento Estudantil).
O próprio vestibular é um obstáculo a educação, elitizando o acesso as universidades – pois, quem consegue obter as melhores pontuações são às pessoas das classes média e alta, que frequentam desde sempre o ensino privado. As escolas públicas estão sofrendo um processo de sucateamento, expondo a diferença exorbitante em relação a qualidade de ensino com às escolas particulares. Por isso, acertadamente, o PCO, defende o “livre-ingresso” nas universidades, reivindicação que garante o acesso à educação como um direito de todos. Os trabalhadores precisam reivindicar uma política mais inclusiva para seus filhos, garantindo a igualdade social.
“Que Fazer?”
Muitos acham improvável e até mesmo utópico a possibilidade do livre-ingresso, mas isso, não tem como base a realidade. Se a Argentina, por exemplo, consegue garantir esse direito à sua população, um país mais pobre que o Brasil, por que nós não podemos? – “Ah, mas de onde tirar dinheiro para concretizar tal proposta? ”. Ora, dos bancos, o setor mais avançado dos capitalistas, ou seja, vampiros. Estes, são os responsáveis por jogar na miséria milhares de pessoas, sugando até última gota de sangue do povo trabalhador, com cobranças abusivas de juros. De agosto de 2021 a julho de 2022, segundo o Banco Central (BC), o Brasil pagou R$ 586 bilhões em juros, equivalente a aproximadamente 6% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, com esses dados, podemos chegar à conclusão que não só impede políticas sociais, como também impede o desenvolvimento nacional.