Demagogicamente a crise indentitária política se concretizou no 1º turno das eleições, segundo levantamento da imprensa burguesa, publicado hoje (18), cerca de um quarto das mulheres eleitas para a maior bancada feminina da história da Câmara dos Deputados são esposas de políticos, qual será a efetividade dessas deputadas e suas condutas em relação aos seus companheiros ?
A questão que se coloca aqui não é sobre a capacidade das eleitas ocuparem seus cargos, nem suas funções, mas sim a legitimidade dessa cláusula do TSE, que obriga que uma parte das candidaturas sejam femininas dentro do partido, mesmo sem saber se existem mulheres aptas e não postes de seus maridos, o que reforça ainda mais um controle burguês, errático, enfraquecedor e no mínimo desistimulante para as mulheres romperem o mito da participação na política nacional.
São 91 deputadas eleitas para 2023, e 23% dessas mulheres estão “amarradas” a carreira política de seus maridos. Na tentativa de livrar o senado e câmara de políticos homens o tiro saiu pela culatra e o controle moralista e conservador da política foi multiplicada negativamente, ou seja, um político burguês, que elegeu sua mulher por ter dinheiro e a máquina eleitoral à sua disposição, agora tem dois votos, mais poder e salário no cenário atual.
As coisas só mudarão quando o povo for realmente representado pelo povo, sem um judicário para desautorizar e desligitimar o voto popular, inclusive.