─ Brasil de Fato ─ Com o objetivo de definir próximos passos da mobilização contra a privatização do metrô de Belo Horizonte, a categoria metroviária da cidade, em greve desde o dia 23 de dezembro, realiza nesta sexta (7) uma nova assembleia. O encontro, que acontece às 14h, na Estação Central do metrô, será seguido de uma manifestação.
Devido aos serviços de manutenção de vias e trens, a adesão à greve, segundo o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), não é uniforme, mas é grande. “A adesão está em torno de 95% dos funcionários, inclusive parte dos cargos de confiança da empresa também aderiram à greve”, explicou Daniel Glória Carvalho, secretário geral do Sindimetro.
Entenda o caso
Às vésperas do natal, no dia 23 de dezembro, os metroviários de Belo Horizonte deflagraram greve para reivindicar o tratamento igualitário por parte da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e denunciar a tentativa de privatização da estatal, que administra o metrô na cidade.
Recentemente, segundo o Sindimetro, os contratos de 30 funcionários foram transferidos para Brasília, enquanto os demais trabalhadores não tiveram a mesma oportunidade.
Além disso, no dia 19 de novembro, o governo federal aprovou, em uma assembleia de acionistas da CBTU – empresa pertencente à União – a cisão da Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte (STUBH). Assim, a STUBH deixa de integrar a CBTU e será transformada na “Veículo de Desestatização MG Investimentos S.A. (VDMG)”, empresa criada para a venda do metrô de BH.
Greve foi a última alternativa
Daniel, do Sindimetro, destaca que os trabalhadores têm enfrentado uma dura realidade e reforça que a greve se tornou necessária.
“São mais de 1600 trabalhadores prejudicados. A greve foi o último caminho que a categoria tomou. Durante todo esse tempo de pandemia, não paramos o serviço. Tentamos negociar com a empresa sem interromper o serviços”, afirmou.
Com Bolsonaro tarifa ficou mais cara
Há pouco mais de um ano, a tarifa do metrô de BH era de R$1,80. Entre março de 2019 e março de 2020, o bilhete foi reajustado em 136%. Após 12 anos sem alteração no valor da tarifa, o governo federal impôs uma mudança na política de subsídio, o que impactou em reajustes escalonados, resultando nos atuais R$4,50 cobrados nos guichês do metrô.
“Na época, as partes envolvidas interessadas no aumento argumentaram que era para melhorar o transporte e poder ter mais investimentos, inclusive que poderia ser feita a expansão. Só que esse tempo todo se passou e não vimos nada disso”, enfatiza Daniel.