O mercado de papéis

Efeito do golpe, extrema pobreza atinge maior nível desde 2012

O golpe de 2016 facilitou a vida de quem não trabalha e vive de especulação com operações de compra e venda de empresas e dificultou a vida da classe trabalhadora

Bolsonaro conseguiu uma marca superior à obtida por Fernando Henrique Cardoso, que causou um crescimento da pobreza e extrema pobreza no Brasil, e foi o resultado direto do plano real que reduziu drasticamente as quantidades de indústrias no País, elevando a taxa de desemprego às alturas. À época, mais de 3,1 milhões de brasileiros não tinham renda para comer, se vestir e cuidar da saúde e educação. O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 1998 divulgou dados que comprovaram que 33,4% da população brasileira estava vivendo na pobreza, um total de 54,1 milhões de brasileiros.

A mais recente pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022,que analisou as condições de vida da população brasileira, revelou dados sobre pobreza e extrema pobreza. São 62,5 milhões de pessoas em situação de pobreza e 17,9 milhões em extrema pobreza. O governo Bolsonaro aumentou a taxa de extrema pobreza em 477% em relação ao governo FHC, enquanto a taxa de pobreza aumentou em 15%.

A pesquisa do IBGE considerou os dados desde 2012. Outra pesquisa da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) afirma que o País “regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990” e concluiu que tem cerca de 33 milhões de pessoas passando fome atualmente.

O estudo do IBGE considera os critérios do Banco Mundial para avaliação que estabelece que a linha de pobreza é representada por rendimento per capita de R$ 486, enquanto a linha da extrema pobreza como rendimento per capita de R$ 168 mensais. Porém, estes critérios deixam a análise defasada em relação ao custo de vida brasileiro. Um valor divulgado pelo DIEESE que calcula um valor de salário mínimo em torno de R$ 7 mil apresentaria percentuais estratosféricos de fome e pobreza no governo Bolsonaro.

Bolsonaro entrou no governo dando continuidade à política neoliberal de Temer, que reduziu a zero os investimentos no setor social e congelou investimentos em educação e saúde. Entrou no governo afirmando que iria mudar tudo que estava sendo praticado até então, manteve a política econômica e ainda a tornou pior para a população mais pobre, pois os índices inflacionários foram às alturas devido à taxa Selic que se manteve alta, em torno de 14% hoje, que puxa a inflação para cima, pois leva a indústria e comércio a subirem seus preços para compensar perdas com juros. 

O evento da Covid-19 fez os índices inflacionários subirem mais ainda, associado a uma aplicação de política de auxílio insuficiente e que não atingiu sequer um percentual baixo da população pobre. Na sequência, os embargos à Rússia pelo imperialismo americano afetaram ainda mais a economia dos países pobres.

O que afetou mais na vida dos brasileiros no atual governo foi a política do desinvestimento em todos os setores da sociedade, o que fez aumentar o desemprego e perda salarial devido à diminuição dos benefícios trabalhistas, quando não extintos completamente, além das taxas de juros e Selic, que se mantiveram altas. O que aumentou foi o trabalho informal e os preços das prateleiras, pois os trabalhadores buscavam saída para ter algum rendimento para manter suas contas pagas. Os valores recebidos pelo trabalho informal foram  baixos, influenciados diretamente pelo desinvestimento do governo e os valores de juros altos mantidos pelo Banco Central dominado pela burguesia financeira.

O percentual que ia para os bancos passou para quase metade do orçamento da União.  Os bancos encontraram no governo Bolsonaro um governo obediente ao mercado financeiro internacional, o qual, por sua vez, que dita as regras para os diversos mercados dos países com industrialização insuficiente para se desenvolver, que dependem de compra e venda de mercadorias. Associado a uma política de entrega do patrimônio público com as privatizações, elevou às alturas a perda salarial e o desemprego. 

Além disso, a entrega do patrimônio público com a venda de estatais e recursos naturais que também favoreceu o mercado financeiro que se beneficiou com a compra a valores baixos dessas empresas e subsequente operações com seguradoras, além do baixo valor de recursos naturais vendidos junto com as estatais. Bolsonaro facilitou a vida de quem não trabalha e vive com exploração de valores de papéis do mercado financeiro e dificultou a vida do trabalhador que faz sua economia com pagamento de serviços, alimentação e saúde.

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