A foto que o capitão da seleção argentina, Leonel Messi, publicou em sua rede social, onde aparece dormindo ao lado da taça de campeão da Copa do Mundo do Catar causou o maior rebuliço. Matérias e publicações carregadas de deleite pipocaram pela rede. É um momento de glória que o jogador argentino desfruta intensamente. É um momento único e último em sua grande e aplaudida carreira.
Agora nós, que torcemos com o coração e a alma para que nossa Seleção fosse a vitoriosa na maior competição esportiva do mundo, assim como sofremos a imensa tristeza da derrota nas quartas de final, nos perguntamos o seguinte: e se fosse o Neymar a publicar a alardeada foto? O mesmo “odiado” Neymar que não pode nem dar um espirro sem ser criticado e achincalhado por toda a imprensa. E quando dizemos “toda” é realmente toda. Não importa de que lado ideológico esteja. Direita ou esquerda.
Fosse, em nossos sonhos, o Brasil o campeão da Copa do Mundo e nosso maior craque da atualidade tivesse tido a ousadia de publicar uma foto idêntica a que Messi publicou, imaginemos o teor das matérias noticiosas que iriam se multiplicar aqui. Imaginemos os impropérios que lhe seriam dirigidos pelos comentaristas mercenários do futebol e seu público da classe média “sensata” e “ultra esclarecida”, para quem apenas tem valor o que vem da Europa rica, limpinha e cheirosa. Damos até alguns palpites quanto a isso: “Arrogante”. “Sem humildade”. “Egoísta”. “Palhaçada”. “Mimado”. “Infantil”. “Considera que a taça é só dele”. “Quer fazer graça sem saber como”. “Desrespeito à conquista”. “Deselegante”. “Insulto às demais seleções”. Ou coisas piores. Mas como foi o Messi, então tudo bem. É tudo belo, elegante e digno de elogio.
É algo totalmente sem noção e um engodo, querer fazer o povo crer que Neymar, para não ser considerado como o pior ser humano do mundo, deve ser tão bonitinho e fofinho quanto o Ursinho Puff. Ou, vendo de outra forma, é como esperarmos que alguém, sendo o maior médico especialista em uma determinada enfermidade, para poder exercer tranquilamente sua especialidade, tivesse que sempre e unicamente falar coisas politicamente aceitáveis, além de ter um comportamento privado exemplar. E também devesse fingir que não é rico por causa do dinheiro que ganhou por ser o melhor em sua profissão. Felizmente, o povo brasileiro em geral, que gosta e se orgulha do futebol nacional, não pensa assim.
Uma coisa é certa: nada do que Neymar diga ou faça há de receber algum elogio desses comentaristas e da pequena burguesia hipnotizada pela campanha do imperialismo contra o Brasil e seu povo, que vê o futebol como algo positivo em suas vidas. Por não ter sido campeão, Neymar foi exaustivamente malhado. Tivesse sido, também seria malhado. Os reais motivos dessa longa campanha difamatória já foram bastante analisados e explanados na programação da COTV . Tudo isso possui uma base concreta de interesses econômicos.