O governo Bolsonaro é um dos principais responsáveis pelo desastre da educação nos últimos anos. Mesmo que atrocidades como a aprovação da reforma do ensino médio não tenham sido aprovadas em seu governo, este ainda foi conivente e incentivou políticas como a própria reforma, o ensino a distância (EAD) e a privatização e sucateamento de inúmeras instituições de ensino pelo país, assim como a militarização.
Foi no governo Bolsonaro que os cortes na educação também explodiram. Realizados periodicamente, muitas universidades e institutos federais ficaram à beira de fechar pelo corte de verbas e, mesmo que não tenham tido esse final, é visível que sua estrutura piorou.
Basta ir a uma universidade para verificar: restaurantes universitários fechados, moradias estudantis caindo aos pedaços e infraestrutura escolar digna de um presídio brasileiro. A juventude, já sem emprego, e, quando empregada, ganhando um mísero salário mínimo no meio da situação catastrófica pela qual o país passa, precisa lidar com diversos novos desafios da vida adulta no meio de um país em crise, com a inflação pressionando e a miséria batendo à porta, e, mesmo quando tenta subir na vida, entrando em alguma universidade, isso não se materializa, visto que a qualidade do ensino está em uma baixa histórica, e a formação não se traduz em emprego melhor ou melhor qualidade de vida.
Tentar impedir a destruição da educação pública é a principal tarefa dos jovens atualmente. Desde o começo do governo Bolsonaro existem ataques desse tipo e, mesmo com algumas mobilizações convocadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE), principal organização estudantil do país, essas não passam de pura figuração política e campanha eleitoral.
Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) anunciou mais um corte avassalador na educação pública brasileira, visando custear as medidas de compra de voto do governo Bolsonaro. Isso foi capaz de quebrar o jejum de meses fazendo apenas “tuitaços” e entrando com ações legais contra o governo, com a pressão dos estudantes a organização decidiu convocar uma mobilização para 10 dias após o acontecimento, sem chamar palavras de ordem como “Lula presidente”, mesmo estando no meio do processo eleitoral onde o inimigo em questão é, no final das contas, Bolsonaro.
A mobilização foi mal convocada, mas aconteceu. Sem muita repercussão, não houve mais nenhuma notícia de novas mobilizações ou da tomada de alguma atitude num dos momentos mais críticos do governo, mostrando a incapacidade das direções dessas organizações de produzir uma mobilização real dos estudantes.
A UNE, assim como outras organizações, como a União Brasileira dos Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), precisa estar mobilizada, chamando atos em defesa da juventude, da educação e do povo brasileiro e, acima de tudo, neste momento, por Lula presidente Os estudantes precisam pressionar para que a direção da UNE tome atitudes concretas frente aos problemas apresentados. Caso contrário, precisam passar por cima das direções e se juntar à base do PT, lutando pela melhoria das condições de maneira geral, assim como pelas reivindicações dos estudantes, realizando uma ampla mobilização com as bases, em torno da juventude e da população em geral.




