Praticamente todos os dias este Diário noticia uma leva de demissões de trabalhadores bancários, que estão acontecendo sistematicamente na categoria.
São milhares de trabalhadores jogados no olho da rua todos os anos. Apenas no ano de 2021 foram fechados, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 15,4 mil postos de trabalho, somente em relação aos 5 maiores bancos do país, em todo o território nacional.
Os números de demissões são impressionantes. De janeiro de 2013 a dezembro de 2019 os banqueiros eliminaram, nada menos do que, 70 mil empregos, o que equivale a uma redução de cerca de 14% da categoria; 51 mil deles foram somente no período em seguida ao golpe de Estado, de 2016 a 2019.
A categoria bancária já contou com um efetivo de trabalhadores de mais 800 mil na década de 1990 e, com ao advento da política neoliberal, principalmente com a política de privatização dos bancos públicos, aquisições de instituições bancárias, etc., houve uma enxurrada de demissões de bancários que, somada aos programas de reestruturações que os banqueiros implementam já um bom tempo, hoje conta com um pouco mais de 470 mil. Esses números que refletem uma verdadeira contradição em relação ao número de habitantes no país. Em 1990 o Brasil contava com 119 milhões de habitantes e hoje somam mais de 213 milhões.
Além do sistemático ataque aos bancários, eles vêm sofrendo, com a redução do efetivo de trabalhadores, ter aumentado a carga de trabalho (hoje um bancário executa o serviço de três ou mais trabalhadores).
A população, como não poderia deixar de ser, sofre com a política do lucro a qualquer custo dos banqueiros. Nos anos de pandemia foram fechadas 2.310 agências bancárias em todo o País, 1.334 delas de março a dezembro de 2020 e mais 1017 em 2021, o que tem levado à população ao desespero, onde os clientes são obrigados a permanecer horas a fio em filas intermináveis de espera. Sem falar que com o fechamento de agências, em munícipios pequenos no interior do País, por exemplo, estão obrigados a se deslocar para outras cidades vizinhas, a quilômetros de distância, dificultando, e muito, a vida dos cidadãos.
É nesse breve contexto (os ataques são muito maiores) que, neste ano se dará a campanha salarial da categoria que já prepara os seus congressos e plenárias de organização com o objetivo de tirar uma pauta de luta que vise unificar a categoria bancária com o objetivo de derrotar a ofensiva reacionária dos banqueiros e seus governos de plantão.
Nesse sentido não basta realizar campanhas para “pressionar” parlamentares, que estão nos bolsos dos banqueiros e capitalistas. É necessário organizar, toda a categoria bancária, por uma gigantesca mobilização para barrar mais essa ofensiva reacionária da direita golpista. Preparar toda a categoria para, com os seus tradicionais métodos de luta (greves, ocupações, piquetes, etc.) para que as suas reivindicações fundamentais sejam atendidas. Somente desta forma que os patrões e seus lacaios deixarão de tentar por fim aos direitos dos trabalhadores.
Que os capitalistas arquem com a crise capitalista, da qual são os únicos e exclusivos responsáveis.





