O imperialismo francês começou a construir o Canal do Panamá em 1880, mas teve que parar devido a problemas de engenharia e pela alta taxa de mortalidade de trabalhadores por doenças tropicais. O imperialismo norte-americano assumiu a construção em 1904 e levou uma década para concluir a obra, inaugurada oficialmente em 15 de agosto de 1914.
À época da construção, a posse do território onde está o canal era dos colombianos, depois, dos franceses e depois estadunidense, que tomaram à força o território. Em 1850, os Estados Unidos começaram a construção da Ferrovia do Panamá para cruzar o istmo, inaugurada em 1855, tornando-se uma peça vital da infraestrutura do hemisfério ocidental, facilitando muito o comércio. A rota do canal posterior foi construída paralelamente a ela, pois facilitou a destruição das florestas densas derrubadas pelo imperialismo, semelhantes à Amazônia, que havia em torno da ferrovia.
O presidente americano Theodore Roosevelt queria tomar posse do estratégico canal, pois reconheceu que o controle estadunidense da passagem do Atlântico ao Pacífico seria de uma importância militar e econômica considerável. O Panamá fazia então parte da Colômbia, e Roosevelt começou as ‘negociações’ do imperialismo com os colombianos para obter a permissão necessária para esconder a desapropriação do território colombiano. No início de 1903, o Tratado Hay-Herran foi assinado pelos dois países, mas o Senado colombiano não reconheceu tal tratado. No que foi então, e ainda hoje é, um movimento polêmico, Roosevelt financiou rebeldes panamenhos para se revoltarem contra a Colômbia, a marinha estadunidense apoiaria a causa de independência panamenha. O Panamá acabou proclamando sua independência em 3 de novembro de 1903, e a canhoneira U.S.S. Nashville, em águas panamenhas, impediu toda e qualquer interferência colombiana.
Quando a guerra começou, Roosevelt colocou a marinha estadunidense estacionada com navios de guerra perto da costa panamenha para “exercícios de treinamento”, como é feito hoje com a OTAN e suas bases. O medo de uma guerra contra os Estados Unidos obrigou os colombianos a evitar uma oposição séria ao movimento de independência. Os panamenhos financiados pelo imperialismo devolveram o favor a Roosevelt permitindo aos Estados Unidos o controle da Zona do canal do Panamá em 23 de fevereiro de 1904 por US$ 10 milhões (como previsto no Tratado Hay-Bunau-Varilla, assinado em 18 de novembro de 1903) e de uma anuidade de 250 mil dólares a partir de 1913 para os rebeldes. Em 1977 os termos do tratado foram revistos, e o Panamá passou a controlar o canal a partir de 31 de dezembro de 1999, os financiamentos continuam até hoje.
O imperialismo usa do mesmo modus operandi até hoje em várias regiões no planeta. O caso mais recente é a Ucrânia, região onde a Rússia resolveu fazer diferente da Colômbia, porque se sentiu capaz de enfrentar a política agressiva e espoliadora do imperialismo norte-americano.