–Sputnik, tradução do DCO – Segundo a CIA, o presidente dos EUA, John F. Kennedy, foi assassinado por Lee Harvey Oswald, que agiu sozinho e sem a ajuda de nenhuma agência federal, governo estrangeiro ou crime organizado. Oswald foi morto pelo suposto mafioso Jack Ruby enquanto estava sob custódia.
Pesquisadores que investigam o assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963 dizem ter encontrado provas de que a CIA estava trabalhando com Lee Harvey Oswald meses antes de ele matar o 35º presidente dos Estados Unidos.
Em uma coletiva de imprensa na terça-feira, Jefferson Morley, jornalista e especialista no assassinato de JFK, disse a repórteres que ele e a Fundação Mary Ferrell obtiveram documentos que lançarão uma nova luz sobre o relacionamento da CIA com Oswald. Os documentos referem-se a uma operação ainda confidencial e sugerem que Oswald estava sendo usado para fins de inteligência nas semanas anteriores à morte de Kennedy.
“A CIA sabia muito mais sobre o atirador solitário do que está admitindo até hoje. Portanto, esta história merece o exame mais minucioso possível”, disse Morley.
O documento é um dos vários que a fundação e Morley conseguiram obter por meio de uma ação movida em outubro. Ele precederá uma coleção maior de documentos que serão divulgados pelo Arquivo Nacional no final deste mês. Os documentos foram liberados pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em um memorando de 2021.
Os documentos não provam que a CIA esteve envolvida no assassinato de 1963, mas mostram que eles sabiam mais sobre Oswald do que deixaram transparecer, e entram em contradição diretamente com as declarações que a CIA deu ao público e aos legisladores.
Já se sabia que a CIA estava envolvida com Oswald graças a documentos relacionados ao assassinato que foram divulgados em 2017 e 2021.
Os documentos mostram que Oswald estava trabalhando com a CIA nas semanas anteriores ao assassinato de Kennedy. Em um depoimento de 1975, o diretor da CIA, Richard Helms, afirmou que Oswald “nunca foi usado pela CIA” e que a agência não conseguiu encontrar nenhuma “evidência de que Oswald tivesse qualquer conexão com a CIA”.
Ainda hoje, o governo sustenta que Oswald agiu sozinho ao matar Kennedy e nega que ele tivesse qualquer ligação com a CIA. Também negou conexões com governos comunistas ou crimes organizados, duas outras entidades apontadas como possíveis colaboradoras pelos teóricos da conspiração do assassinato de Kennedy.
Morley diz acreditar que a CIA ainda está escondendo 44 documentos no arquivo pessoal do falecido agente do FBI George Joannides, que lançará mais luz sobre as conexões de Oswald com o governo federal. Publicações anteriores mostram que Joannides dirigiu e financiou o Diretório Revolucionário Estudantil ou Student Revolutionary Directorate, um grupo de revolucionários comunistas cubanos com quem Oswald estava em contato antes do assassinato.
“Este corpo de registros tem profundas implicações para a história oficial do assassinato. A operação não revelada de Oswald é uma evidência da cumplicidade da CIA no assassinato de JFK? É evidência de incompetência e compreensão da ameaça que Oswald representava para o presidente?” Morley perguntou na coletiva de imprensa. “Somente a divulgação completa em 15 de dezembro pode resolver essa questão.”
