Em nova decisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter bloqueadas as redes sociais do Partido da Causa Operária (PCO), após o “julgamento” dos recursos apresentados pelas empresas que foram obrigadas a censurar o partido por decisão de Alexandre de Moraes. Agora a decisão foi confirmada pelo pleno do STF, por 9 x 2.
A justificativa da decisão é simples. O PCO publicou matérias que criticavam as instituições democráticas, que não podem ser criticadas nunca jamais. É o mistério da fé. O ministro é ele mesmo uma instituição democrática ambulante, ele mesmo é o mistério, ele mesmo é a fé.
As matérias foram derrubadas, censuradas. As empresas recorreram e, com base na Constituição Federal, falaram (apertem os cintos) que isso é… censura! E o STF disse: “O recorrente não apresentou qualquer argumento minimamente apto a desconstituir os óbices apontados. Nesse contexto, não há reparo a fazer no entendimento aplicado”. Mas… quais argumentos foram apresentados? E por qual motivo não servem para “desconstituir os óbices apontados”? Nem as recentes e misteriosas luzes no céu do Sul do Brasil são tão sinistras assim.
Aceitem o mistério, companheiros.
O STF virou um esquete.
E não tem como não trazer aqui, novamente, o famoso e histórico julgamento da bruxa do filme Em Busca do Cálice Sagrado, que nos ensinou os métodos jurídicos, democráticos para causas complexas, tal como os praticados atualmente pelo STF.
Por exemplo, como identificar uma bruxa?
Bruxas pegam fogo. O que mais pega fogo? Madeira. Madeira pega fogo. Portanto, as bruxas são feitas de madeira.
E a madeira flutua na água. E os patos também flutuam na água. Portanto, se uma mulher tiver o mesmo peso de um pato ela é feita de madeira, e, logicamente, ela é uma bruxa.
Fenomenal! Filme basilar para o funcionamento do judiciário nacional!
No filme, após chegarem ao método científico de que uma bruxa pesa o mesmo que um pato, ambos são colocados em uma balança e, para completar o escárnio da coisa toda, a balança indica que os dois têm o mesmo peso. Daí todos concluem racionalmente que a mulher é uma bruxa. E decidem queimá-la.
A decisão do STF no caso do PCO é um pouco pior que a cena narrada acima (e na íntegra ao final da matéria), pois não tem graça alguma. Só é completamente arbitrária e sem fundamento jurídico algum.
O que mais chama atenção é a devoção de alguns setores da esquerda aos ministros e ao STF e outras cortes do tipo escrachado pelo grupo Monty Python, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), STJ (Superior Tribunal de Justiça) e outras organizações medievais, onde seus integrantes jamais serão alvo do voto popular. Porque não podem ser eleitos? Porque não, aceitem. Nunca serão. É preciso aceitar o mistério.
Obs 1: Destaco que as opiniões aqui defendidas são minhas, do colunista Juliano Lopes, e que se for para derrubar alguma coisa, que derrube somente esta coluna.
Obs 2: Eu não recebi nada para escrevê-la, nem mesmo a mixaria do fundo eleitoral ou partidário destinado ao PCO. Isso aí não dá para pagar nada.
Segue abaixo, o trecho do filme citado, é genial. Esqueçam o Largo São Francisco, as faculdades de Direito, senhores, isso sim é uma aula!