O Supremo Tribunal Federal, o STF, insiste em desapontar aqueles que acreditam que o órgão protegerá a população de uma terrível ditadura fascista a ser imposta pela extrema-direita.
O novo ataque ao povo se dará pela autorização da volta das ações de despejo, que haviam sido proibidas devido à pandemia em junho de 2021 e prorrogadas em agosto até o dia 31 de outubro. Sabemos que, na prática, despejos nunca pararam de ocorrer, mas pelo menos havia uma proteção legal.
As medidas deveriam ser novamente prorrogadas, porém o ministro Luis Roberto Barroso negou o último pedido, autorizando assim que milhares de pessoas, que já vivem em condições muito precárias de vida, passem a morar na rua. Tanto ocupações coletivas como inquilinos individuais podem ser prejudicados por essa decisão.
Com certeza não se trata de uma decisão isolada da nossa suprema corte, para ficarmos somente no ministro em questão, recentemente, Barroso votou a favor do roubo da aposentadoria dos trabalhadores e contra o aumento do piso salarial dos enfermeiros.
O ministro, para não admitir abertamente o ataque, ordenou de maneira demagógica a criação de comissões de mediações nos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, principalmente no que se refere a ocupações coletivas. Com toda certeza, quem atuará como mediador de fato será a polícia militar com sua costumeira truculência
Isso prova que os ataques às condições de vida do povo brasileiro são sistemáticos e que não há por parte do STF a menor preocupação com a maioria da população.
Que a existência de uma suprema corte, seja no Brasil ou em qualquer outro país, revele um caráter reacionário do regime político, não deveria ser novidade nenhuma para qualquer organização de esquerda. Porém, infelizmente, a esquerda pequeno-burguesa brasileira não somente aceita passivamente as decisões do supremo, como pratica uma verdadeira idolatria aos seus ministros. Tudo em nome do medo do inexistente golpe que supostamente seria dado pela extrema direita em diversas oportunidades e que nunca foi de fato concretizado.
Enquanto Alexandre de Moraes, Barroso e o restante de sua trupe colocam e esquerda debaixo de suas asas, aprovam que o povo pobre seja despejado nas ruas para que morram finalmente de fome ou qualquer outro motivo decorrente dessa situação, que somente cresce em decorrência da crise econômica que enfrentamos.
Para a esquerda pequeno-burguesa nunca é a hora certa de criticar o STF e a ditadura que o judiciário impõe à população brasileira, seja através dos ataques às condições de vida do povo pobre e trabalhador ou pela censura arbitrária a indivíduos ou grupos que ferem a suposta democracia em que vivemos.
Enquanto fingem que combatem o fantasma do golpe bolsonarista, o supremo, que é real, trata de fechar ainda mais o regime político em nome da democracia.