Vladimir Putin declarou em seu discurso no início da ação militar na Ucrânia que sua intenção seria a de desnazificar o país, atualmente o maior antro de nazistas internacionalmente. As tropas da Rússia e das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk neste momento estão limpando da terra as organizações mais racistas, homofóbicas e machistas que existem, milícias armadas que amarram ciganos em postes, agridem mulheres com brinquedos sexuais, que assassinaram mais de 14 mil pessoas. Mesmo assim os identitários canceladores se colocam totalmente contra a ação da Rússia.
O que vem acontecendo desde o início da ação russa no dia 24 de fevereiro é um cancelamento gigantesco de tudo que vem da Rússia, uma campanha armada pelo imperialismo. Foram “cancelados” artistas, jogadores de futebol, enxadristas, cursos de literatura, e até mesmo bilionários russos como Roman Abramovich foram afetados. A perseguição é tão grande que atinge até mesmo os não russos que possuem alguma relação com a cultura, como os professores da língua ou da literatura.
Putin denunciou o cancelamento em um discurso essa semana: “Hoje tentam cancelar um país milenar inteiro, seu povo. Estou falando do avanço da discriminação contra tudo o que é ligado à Rússia […] dessa tendência que está se desenvolvendo em vários Estados ocidentais, e com a total conivência, e às vezes encorajamento das elites governistas. A chamada cultura do cancelamento virou cancelamento da cultura”. O presidente da Rússia descreve muito bem essa política sórdida que tem sua origem no imperialismo.
No Brasil, o cancelamento atingiu de forma fulminante o apresentador de podcast Monark após este declarar que todos os partidos deveriam ter o direito de existir, desde a extrema esquerda até a extrema direita, uma política que condiz com o marxismo. Uma enorme campanha de calúnias se iniciou alegando que Monark seria um nazista, sendo atacado por todos os monopólios de imprensa e das redes sociais e teve como resultado a perda do seu próprio podcast, o maior do Brasil em audiência.
Poucas semanas depois, os mesmos caluniadores de Monark iniciaram um processo ainda maior, a propaganda de guerra contra os russos teve a capacidade de omitir ou tentar diminuir a existência das milícias nazistas ucranianas. O antinazismo frenético se transformou da noite para o dia em uma conivência total com o nazismo real, nazismo que assassina, tortura, estupra e mantêm uma ditadura todos os dias na Ucrânia.
A comparação entre os dois fenômenos deixa muito claro o que está por trás da política do cancelamento. Os mesmos que financiaram os nazistas na Ucrânia, a OTAN, o NED, os monopólios imperialistas são os que atacaram Monark para impor uma ditadura na internet.
O cancelamento não se dirige contra os homofóbicos, racistas, ou quaisquer supostos opressores, ele se dirige aos inimigos da burguesia, sejam eles pouco relevantes como um apresentador de podcast ou algo tão grande quanto uma das nações mais importantes do planeta, que no momento assume a linha de frente da luta contra o imperialismo.