Fora a PM e todas as forças de repressão das comunidades negras do Rio de Janeiro; todos à conferência de negros, em março, no Rio de Janeiro
O ano de 2022 demonstra uma situação de brutal ofensiva da burguesia e dos seus governos golpistas contra a o povo negro e toda a população explorada do País, e o que acontece especialmente no Rio de Janeiro precisa ser debatido, no caso, a reação do povo diante da PM.
Neste momento, centenas de milhares de negros e demais explorados do Rio de Janeiro, encontram-se sob um verdadeiro estado de sítio, vivendo como prisioneiros em suas casas e bairros. Usando como pretexto o combate ao tráfico e amparado por uma enorme campanha enganosa dos poderosos monopólios da comunicação, os governos estão ocupando militarmente as comunidades operárias.
Muito além do que mostra a imprensa golpista, casas são invadidas sem ordem judicial; mulheres, crianças e homens trabalhadores desrespeitados, ameaçados, agredidos, roubados e até submetidos a torturas, como vem denunciando moradores e organizações populares do Rio de Janeiro.
A imprensa e os governos ocultam que toda esta violência contra a população operária e negra dessas comunidades está destinada a garantir os interesses de um punhado de grandes capitalistas interessados em lucrar milhões com a especulação imobiliária e os grandes negócios da burguesia.
A propaganda e os discursos de governantes e políticos à serviço dos capitalistas escondem também que toda essa repressão contra a população visa tentar impedir as evidentes tendências do povo negro e trabalhador de se rebelar contra a situação, como já o demonstram os inúmeros vídeos do povo em confronto com a polícia.
Está em marcha um recrudescimento da repressão que lembra os anos sinistros do regime militar a e a população negra encontra-se na primeira linha das vítimas desta ofensiva.
A violência e o regime de verdadeiro apartheid social contra o povo negro é visível, e está se aprofundando à medida que a direita golpista se estabiliza no poder.
A cassação dos direitos da população negra e trabalhadora é uma ampla realidade em todo o País. Além do estado de sítio nas comunidades negras do Rio e em outras capitais, há a tentativa de cassar o direito às greves em diversas categorias operárias e a violenta repressão contra os movimentos de luta como os sem terra e sem teto.
Estes e muitos outros casos, mostram a necessidade da aliança na luta de todos os setores explorados da população, operários, negros, jovens e mulheres para por fim ao regime de dominação da burguesia golpista.
O povo já deu demonstração suficiente de que está disposto a enfrentar a opressão do Estado. Não é a primeira vez, e nem será a última, que a população enfrenta a PM. Com paus e pedras enfrentam caveirões, fuzis, granadas, armas automáticas, enfim, todo o aparato da burguesia para estrangular a revolta do negro.
O Coletivo de Negros João Cândido (Negros do Partido da Causa Operária) se coloca, ao lado dos negros e de toda a população explorada, e, por meio de sua Conferência, a ser realizada nos dias 19 e 20 de março, no Rio de Janeiro, vai apontar para a necessidade de organizar, bairro a bairro, a luta do negro contra a repressão da polícia e pelos direitos fundamentais do povo.
A esquerda pequeno burguesa está acostumada a “chorar”, “lamentar” e “pedir justiça”, a falar que “vidas negras importam”. Chega! É preciso lutar, fazer alguma coisa contra a ditadura da burguesia diante do povo sofrido, diante do povo trabalhador carioca.
É preciso apontar o caminho, apresentar um programa de luta e organizar a população em torno daquilo que é fundamental, no caso das favelas do Rio, a expulsão de todas as forças repressivas, de todas favelas e bairros operários.
E isso deve ser feito diariamente, por meio de uma imprensa do povo, por meio de reuniões, assembleias populares que possam colocar em marcha, finalmente, um movimento negro, combativo, independente da burguesia e dos capitalistas internacionais.