Neste domingo (30), Lauro Jardim, colunista do Globo, publicou um artigo intitulado Operação de hoje da PRF foi traçada em reunião no Alvorada. A matéria diz respeito às mais de 550 operações de fiscalização por parte da Polícia Rodoviária Federal, durante a realização do segundo turno das eleições deste ano, contra veículos públicos e privados que levavam eleitores aos seus locais de votação. A atuação do órgão se concentrou principalmente nas regiões Norte e Nordeste do País, grandes redutos de votação de Lula.
Segundo Lauro Jardim, entretanto, tais operações foram planejadas com antecedência pela campanha de Bolsonaro que teria se reunido com o seu núcleo duro no dia 19 deste mês.
“A ação protagonizada hoje pela Polícia Rodoviária Federal que acontece nas estradas brasileiras com ações que dificultam o transporte de eleitores começou a ser articulada na noite do dia 19 de outubro. Naquela quarta-feira, o núcleo duro da campanha de Jair Bolsonaro se reuniu no Palácio da Alvorada e traçou as ações fundamentais que deveriam ser tomadas na reta final do segundo turno.”
“Uma delas era justamente a operação que está sendo empreendida desde esta madrugada: os chefes dos órgãos que auxiliam a Justiça Eleitoral, como as Forças Armadas, PF e Polícia Rodoviária Federal, seriam instruídos para que os seus comandados ficassem atentos ao transporte irregular de eleitores, sobretudo no Nordeste”, colocou o colunista
Além disso, o autor revela que a operação teria sido orquestrada justamente para impedir que os eleitores de Lula conseguissem votar e que, por isso, concentrou-se no Nordeste.
“Desde sempre, a expectativa do comando bolsonarista é que fossem barradas, impedidas ou dificultadas apenas eventuais locomoções irregulares de eleitores de Lula”, afirmou.
Para corroborar sua afirmação, ele destaca a fala de um membro da campanha de Bolsonaro, que diz que “Nem seria preciso dar uma ordem explícita para nada. Como o efetivo dessas forças policiais é basicamente composto de simpatizantes do presidente, a consequência de uma operação como essa é óbvia”.