─ arn.digital ─ O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse nesta segunda-feira que o seu país estará sempre presente “para o que o México precise”, depois de, no sábado, o seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), ter recebido os 60 primeiros médicos cubanos que vão trabalhar no estado de Nayarit.
“Aqui estamos, irmão López Obrador, para o que precisar, sempre”, escreveu o presidente cubano nas redes sociais. Por sua vez, AMLO agradeceu “ao povo e ao governo cubanos pelo apoio” e reiterou que aguarda a chegada de 500 médicos para atender em áreas do país onde há “falta de especialistas”.
“Tomei a decisão de contratar médicos especialistas do exterior e virão médicos de Cuba. Você sabe por quê? Porque saúde não tem nada a ver com ideologias, saúde tem a ver com direitos humanos, e se tivermos que trazê-los dos Estados Unidos e da Rússia, de Cuba, do Japão ou da França, vamos tê-los aqui”, disse AMLO no sábado.
O acordo entre os governos, anunciado após a visita de AMLO a Cuba no início de maio, foi questionado por associações do setor que consideram a medida discriminatória contra os médicos mexicanos por “descontá-los injustamente”. “Os médicos estrangeiros não têm as habilidades necessárias, não têm funções devidamente especificadas, não têm os requisitos estabelecidos pelas leis atuais”, disseram as Federações, Faculdades e Associações Médicas do México em comunicado conjunto em maio.
Na ocasião, AMLO respondeu: “Por que trazer médicos de Cuba? Nós respondemos: porque não temos médicos”. “Não temos especialistas para trabalhar nos hospitais, nas regiões mais pobres e remotas”, explicou.
A falta de cobertura de saúde em todo o país ou atendimento em situações de emergência são os argumentos mais frequentes dos países que recorrem ao serviço médico vendido pelo governo cubano. Segundo dados oficiais, em 2018 as missões de médicos cubanos no exterior chegaram a 67 países e representaram a maior fonte de receita cambial da ilha.
A participação nessas missões faz parte do serviço social com o qual aqueles que estudam medicina pagam pela educação gratuita recebida em Cuba. O governo organiza onde eles serão implantados por um período de dois anos em tempo integral.