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Aprender das lutas

CSN, garis, professores x Conclat: dois caminhos, duas políticas

Os trabalhadores apontam o caminho das ruas e do enfrentamento com a direita golpista, contra os pelegos. Burocracia aponta para a conciliação

Nesta sexta (8/4), uma assembleia com mais de 6 mil metalúrgicos da Usina Presidente Vargas, da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), de Volta Redonda (RJ) aprovou a rejeição da miserável proposta dos tubarões que comandam a empresa que, desde a sua privatização na década de 90 não fizeram outra coisa se não demitir, arrochar os salários e aumentar a exploração dos operários para auferir lucros estratosféricos, como os quase R$13bilhões ganhos no ano passado, quase 130% a mais que no ano anterior, em plena pandemia.

O episódio fechou uma semana, em que se evidenciou um enorme abismo entre as tendências de luta, cada vez mais combativas que se desenvolvem no interior da classe trabalhadora brasileira e principalmente da classe operária, o pelotão mais avançado das direções do movimento operário, e a política adotada diante da crise pela esquerda e a burocracia sindical na etapa atual.

Superando a política de conciliação de suas direções e da burocracia sindical, e muitas vezes se enfrentando com elas, os trabalhadores vão aos poucos retomando as greves e as mobilizações contra os patrões e seus governos. Indicam o único caminho de superação da situação de derrotas e retrocessos promovidos pelo golpista: a mobilização com seus próprios métodos de luta, como as greves e ocupações, nas ruas, nos locais de trabalhos etc. amparados em sua própria organização.

Aos poucos a defensiva da etapa anterior vai se esvaindo, diante da pressão inflacionária (que bateu novo recorde em março), do avanço das crises econômica e política que abalam as condições de dominação da burguesia, levando setores importantes da classe operária a resolvem enfrentar na marra, a prostração de suas direções, que apontam na espera pelas eleições, no entendimento com a direita golpista, na unidade com os setores que apoiaram o golpe e traíram todas as lutas dos trabalhadores nos últimos anos.

Vai se esclarecendo, para milhares de operários e ativistas, que a atual situação de retrocessos não vai ser alterada por meio de acordos com os sindicalistas pelegos que traem as greves como as dos garis do Rio de Janeiro (cujo sindicato é comandado pela UGT) ou dos metalúrgicos da CSN (com sindicato semi-destruído pela Força Sindical).

Tampouco pode ser mudada por meio de acordos com setores da direita golpista, como Kassab (PSD), Alckmin (PSB, ex-PSDB) e demais inimigos da luta dos trabalhadores, que se forma alguma são “companheiros” dos trabalhadores nas suas lutas. Não pode ser alterada por meio de atos demonstrativos, sem a mobilização dos trabalhadores, como o “Conclat” ou atos “Bolsonaro nunca mais”, que se realizam neste sábado (9/4), que buscaram uma aproximação com setores da direita golpista, os mesmos setores que preparam a terceira etapa do golpe, por meio da “terceira via”.

O abismo e a confusão política fica ainda mais evidente também quando algumas centenas de dirigentes sindicais repetem – como farsa – o Conclat (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora) noticedepois de mais de 40 anos da realização de sua primeira edição tentando unir ao sindicalismo da CUT, surgido da luta dos trabalhadores contra o peleguismo e contra a ditadura – hoje burocratizado e limitado pela política da maioria de sua direção -, ao sindicalismo patronal e traidor, de entidades criadas pelos patrões para dividir os trabalhadores e enfraquecer sua luta, como a Força Sindical e a UGT.

No Conclat realizando na última semana (7/4) – com 10% do total de participantes daquele realizado há 40 anos, no qual a burocracia se opôs a qualquer unificação, à construção da CUT, com medo de que pudesse levar à mobilização operária contra a ditadura – ao contrário das greves operárias, o que se viu foi uma maioria de discursos vazios e nenhuma reivindicação ou medida concreta de luta.

GREVE DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL de Teresina continua forte!  62 de greve na luta pela reajuste do piso de 33,24! Avante companheiros,
Professores em greve em Teresina

Enquanto nós professores exigimos 33,24%  de reajuste para todos – em cumprimento à Lei do Piso -, os garis reivindicavam em sua greve 25% e os metalúrgicos da CSN cobram 30% para recompor parte de suas perdas e enfrentar a inflação galopantes, o documento assinado pelos sindicalistas – que não foi discutido pelos trabalhadores -, fala apenas e genericamente de “instituir uma política de valorização do salário mínimo“. 

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Ato dos garis, no Rio

Enquanto o próprio ex-presidente Lula levanta a questão da “contra reforma” trabalhista ou da revogação das mudanças draconianas contra os trabalhadores aprovadas após golpe, os sindicalistas esmolam, em documento a ser encaminhado aos candidatos e candidatas à Presidência da República, ao Congresso Nacional, aos governos dos estados e às Assembleias Legislativas, pedem que sejam “revogados os marcos regressivos da legislação trabalhista, previdenciária“.

Reivindicações centrais para o povo brasileiro e para os trabalhadores, como a nacionalização do petróleo e a reestatização da Petrobrás (defendida pela FUP), é substituída pela burocracia por uma genérica defesa da “suspensão” da “política de paridade dos preços internacionais hoje adotada pela Petrobras“.

A luta contra as privatizações dos Correios e da Eletrobrás, entre outras, também são deixadas de lado, mesmo sendo reivindicações centrais das organizações cutistas e dos trabalhadores, em nome de se alcançar a inútil “unidade” com os pelegos que são contra tudo que não esteja com a vontade dos patrões.

Mais do que nunca, os trabalhadores apontam o caminho: o caminho das mobilizações, da luta da classe operária e demais explorados, com seus próprios métodos, para arrancar a vitória nas lutas parciais e, principalmente, na luta para colocar para fora Bolsonaro, derrotar toda a direita golpista e eleger Lula presidente, por um governo dos trabalhadores.

A tarefa é impulsionar essa perspectiva em todos os terrenos e impulsionar a superação da política de derrotas das direções tradicionais por uma política classista, um programa próprio, com os métodos próprios da classe operária, para abrir caminho para a derrota da direita que busca se rearticular e preparar a terceira etapa do golpe. Isso só é possível com o povo trabalhador na rua, na luta por suas reivindicações, organizado em milhares de Comitês de Luta, lutando por Fora Bolsonaro e toda a direita, por Lula presidente e por um governo dos trabalhadores.

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