Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Partido do Judiciário

Cristina Kirchner denuncia ditadura de toga na América Latina

A vice presidenta da Argentina denuncia a interferência do judiciário para controlar os governos latino americanos os impedindo de tomar políticas nacionalistas e sociais

A vice presidenta da Argentina e provável candidata a presidente, Cristina Kirchner, concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo sobre o recente processo político em seu país e em toda a América do Sul. O grande destaque é a interferência do Judiciário nos governos nacionalistas, que levou a prisão ilegal de Lula, ao exílio de Rafael Correa e a quase prisão ilegal da própria Kirchner. O Partido do Judiciário, como ela mesma chama, tutela os regimes políticos latino americanos para impor a política da direita.

O processo contra Cristina Kirchner é muito antigo, na realidade, ele se iniciou antes mesmo de seu governo na presidência de Nestor Kirchner, o primeiro governo nacionalista argentino no século XXI. Os paralelos entre a Argentina e o Brasil nesse quesito são inúmeros e essa primeira perseguição se assemelha muito ao processo farsa do mensalão no primeiro governo Lula. A segunda grande investida da justiça contra o PT foi a Lava Jato, que também teve um grande paralelo com nossos vizinhos ao sul.

Cristina denuncia na entrevista a aliança entre o juiz Sérgio Moro, e os argentinos, Claudio Bonadio, líder da lava jato argentina, e Lorenzetti um dos ministros da Suprema Corte. Assim como no período da Lava Jato brasileira o judiciário até a sua mais alta instância estava todo articulado para impedir o retorno do governo nacionalista. O sucesso foi parcial, Kirchner recuou e se candidatou a vice, mas ainda teve uma grande influência no governo e agora tende a retornar como presidenta do país.

Esse mesmo judiciário segue perseguindo a vice presidenta do país, inclusive com uma tentativa de prisão neste ano, que foi impedida pelo movimento dos trabalhadores que cercaram e não deixaram prender. Desde o final do governo Macri até os dias de hoje o judiciário argentino atua politicamente para controlar o governo, o que de acordo com Cristina é a tendência para o próximo período na América Latina.

Ela comenta sobre a transição entre os golpes militares e os golpes judiciários, que teve no Brasil a sua maior expressão. Mas também deixa outro fator claro, a justiça agora atua como “disciplinador” dos governos. Qualquer medida que envolva “defesa do patrimônio nacional” e “políticas sociais” será sabotada pelo judiciário que tem um gigantesco poder. Se isso no Brasil foi visto até mesmo no governo Bolsonaro quem dirá em um governo de esquerda que de fato tem como política não entregar toda nação aos banqueiros e assim aplicar políticas sociais e de controle das estatais.

Cristina defende o aumento do número de juízes na Suprema Corte que na Argentina tem apenas 5 membros mas apenas 4 atuando, dos quais 2 foram indicados por Macri. Com esse aumento, a mais alta instância do judiciário teria uma maioria de membros indicados pelo peronismo e assim o corte tenderia a ser menos golpista. É uma medida de defesa, contudo no Brasil não funcionou tão bem, durante todo o período do golpe de Estado e da prisão de Lula a maioria dos ministros do STF haviam sido indicados pelo PT.

Kirchner também comenta outro fator importante sobre a questão da justiça. Ela cita que dos golpes recentes na América do Sul o único que foi protagonizado por militares foi o da Bolívia, o que aconteceu de acordo com ela devido a reforma no judiciário feita por Evo Morales em 2009. Na Bolívia a Suprema Corte de Justiça, o Tribunal Agroambiental, o Tribunal Constitucional Plurinacional e o Conselho da Magistratura são todos eleitos por voto direto, o que impede que o judiciário atue como um poder independente a mando de forças econômicas.

O caso da Bolívia deve ser estudado, mas Kirchner deixa claro que essa não é a sua proposta. O exemplo do Brasil, em que o STF indicado pelo PT atuou para derrubar o governo se contrasta com o da Venezuela em que o governo bolivariano aumentou o número de juízes da suprema corte com indicações de confiança o que impediu que o tribunal servisse de base para os golpistas. Cristina também defendeu o governo Maduro afirmando que: “aqueles que saem da vontade popular não podem ser nunca ditadores”

A preocupação com o judiciário é tão grande que da entrevista de mais de um hora metade do tempo Cristina comenta sobre essa questão, falando de diversos países da América do Sul. E para ela está claro que esse será um grande inimigo seu, tanto durante o processo eleitoral quanto durante seu possível governo. O Partido do Judiciário assim é o grande inimigo dos líderes nacionalistas latino americanos, ele é uma ferramenta do imperialismo para esmagar a classe operária desses países.

A entrevista de Cristina Kirchner deve acender o sinal vermelho para o governo Lula. No último mês após a sua eleição há uma verdadeira guerra para que os bancos controlem o seu governo, mas que opera principalmente por meio da imprensa e da bolsa de valores. Contudo, pelas denúncias de Kirchner, e pelo passado recente do Brasil, fica claro que o judiciário será a cavalaria de guerra do imperialismo para controlar e se necessário derrubar o governo eleito pelos trabalhadores.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.