Começou nesse domingo (06) a 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, ou popularmente conhecida como COP27, na cidade de Sharm al Sheikh, no Egito e terá duração até o próximo dia 18.
Segundo os organizadores, haverá representantes de 202 países, representantes dos grandes monopólios internacionais e divulgado amplamente de maneira entusiástica pelo imperialismo mundial, como os EUA e alguns países da Europa.
A Conferencia da Partes foi criada há pouco mais de 20 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a chamada ECO 92 e a partir dai foi criada um Secretariado de Mudanças Climáticas, sendo convocada conferencias regulares para discutir as “questões climáticas”.
Desde então, o assunto mudanças climáticas e a destruição do planeta é temas de financiamentos dos EUA (NED) e da União Europeia, das fundações privadas de grandes monopólios, como a Fundação Ford e a Open Society, se infiltrando nos movimentos de esquerda e nos países em atrasados. Servindo como tema para atacar governos progressistas e a intervenção ou perda de soberania, e até impedir o desenvolvimento econômico de regiões do mundo.
Vamos procurar esclarecer o que está por trás do grande interesse do imperialismo neste tema, apesar de financiar a destruição dos recursos naturais em todas as partes do planeta para os interesses dos seus monopólios.
Uma mudança na metodologia de “maiores” poluidores bem conveniente
Uma das informações que chamam a atenção no tema das mudanças climáticas são os países apontados como maiores poluidores do planeta. A lista dos dez maiores poluidores estão os países que são um entrave aos interesses do imperialismo.
Quem aponta os maiores poluidores é uma instituição chamada Carbon Brief, sediada na Inglaterra, e com argumentos “científicos”, financiada pelo imperialismo. Em seu sítio na internet (https://www.carbonbrief.org) diz que “agradecemos o apoio da European Climate Foundation, que fornece nosso financiamento. No espírito de transparência, declaramos voluntariamente que este financiamento totalizou £ 853.442 para o exercício de 2021”.
Recentemente a Carbon Brief mudou a metodologia com base em “novos estudos” que resultou na entrada de países em desenvolvimento como maiores emissores de gases do efeito estufa.
Até os anos de 2019, a think tank internacional Carbon Brief utilizada dados de emissão de gases do efeito estufa devido a queima por combustíveis fosseis. A partir de 2019, de maneira sorrateira e com um discurso “científico”, foram considerados também mudança no uso do solo, como o desmatamento para a agricultura além dos combustíveis fosseis. Com isso, o Brasil que estava entre os vinte países que mais emitiam pulou para o 4° maior emissor de gases do efeito estufa.
Com isso países como Alemanha e Japão desceram no ranking e subiram Brasil, Indonésia e Índia. Sendo os países que formam os BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) estão entre os principais emissores do planeta.
Não é de se estranhar que uma tink tank financiada pelos países imperialistas que sempre buscam atacar o desenvolvimento e a soberania dos países atrasados, apontar como maiores emissores de gases do efeito estufa, os alvos do imperialismo.
“Entusiastas” das Mudanças Climáticas
Outra informação que chama atenção é quem são os entusiastas do assunto e maiores defensores de medidas contra as mudanças climáticas.
Uma das principais é o secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg. O norueguês afirmou em 2020 que a organização deve preparar-se para “combater as mudanças climáticas”. “As mudanças climáticas ameaçam a nossa segurança. Então, a OTAN deve fazer mais para entender plenamente e integrar as mudanças climáticas em todos os aspectos do nosso trabalho, desde o nosso planejamento militar até à maneira como exercitamos e treinamos as nossas forças armadas. (…) A OTAN também deve estar preparada para reagir a desastres relacionados ao clima, assim como fizemos durante a crise da Covid-19”, afirmou.
Stoltenberg afirma que a OTAN deveria “estar preparada para reagir a desastres relacionados ao clima, assim como fizemos durante a crise da Covid-19”, ou seja, atuar até mesmo com intervenções. Importante lembrar que a OTAN atuou sempre defendendo os interesses dos países imperialistas, com a intervenção na Iugoslávia, nos ataques aos países do Oriente Médio e recentemente apoiando os nazistas na Ucrânia contra a Rússia.
O mesmo podemos dizer para o apoio do imperialismo dos EUA, com Joe Biden que anunciou um pacote bilionário para as mudanças climáticas e afirmou “A mudança climática é literalmente uma ameaça existencial para nossa nação e para o mundo“, disse o presidente no discurso. Isso vindo de uma pessoa que esteve envolvida em centenas de guerras, na destruição de países e na morte de milhões de pessoas, como na Síria, Líbia, Iraque, Afeganistão e muitos outros países.
Há também a participação na COP 17 de representantes dos grandes monopólios internacionais e do Fórum Econômico Mundial (https://www.weforum.org/partners) e das principais organizações não-governamentais financiadas pelo imperialismo para inserir essas pautas nos países em desenvolvimento), como WWF e outras.
Perda de soberania sobre a Amazônia e outras regiões inexploradas do mundo
Uma das principais discussões da COP são as florestas e regiões inexploradas, em particular toda a região Amazônica. O imperialismo aponta a região da Amazônia, principalmente a brasileira, o Congo e a Indonesia como regiões de interesse porque possuem grande quantidades de áreas que ainda estão em seu estado natural e que possuem uma enorme riqueza e potencial mineral.
Utilizam o discurso ambiental para criar medidas de impedir a exploração neste momento e frear o desenvolvimento dessas regiões para garantir que esses recursos sejam explorados de maneira “ambientalmente correta” pelos seus monopólios e que essas riquezas fiquem nos países imperialistas.
Defendendo até medidas que impedem o desenvolvimento e a exploração dessas regiões, até mesmo com financiamento com créditos de carbono ou situação similar e criação de grandes unidades de conservação para posterior exploração por grandes mineradoras.
O clima é a nova “guerra ao terror”
O imperialismo procura criar uma clima de histeria e desespero para impor a sua política de rapina desde suas origens. Podemos elencar aqui diversas pautas, desde identitárias passando pelo fascismo, combate a ditaduras genocidas, ao comunismo, “buraco” na camada de ozônio, “democracia”, e a mais recente Guerra ao Terror que serviu para destruir Iraque, Afeganistão, Síria, Líbia, Iêmen para que os monopólios do petróleo explorassem a enorme riqueza mineral desses países.
O que mudou é que a guerra ao terror, a guerra contra o comunismo, a guerra contra ditadores genocidas não serve mais como justificativa e o imperialismo agora procura temas para servirem de fachada para uma defesa de seus interesses.
A bola da vez é a pauta ambiental que é encabeçada pela suposta mudança climática. O que tem que ficar claro é que o grande interesse do imperialismo na pauta ambiental é servir como justificativa para uma intervenção em defesa dos interesses dos grandes monopólios em detrimento dos países em desenvolvimento, como os BRICS.
Não é por acaso que o alvo são esses países, são modificados parâmetros e medidas de controle e sanções para dificultar e até impedir o desenvolvimento econômico e a exploração de recursos naturais por governos progressistas.
A pauta climática e o grande “alarde” da imprensa imperialista em torno da questão somente confirmam que é uma pauta controlada pelo imperialismo e tem como objetivo defender seus interesses que passam muito distante da defesa ambiental. Querem controlar ainda mais os países em desenvolvimento, limitar seu crescimento econômico e intervir em países e região com grande riqueza em recursos naturais, como a região Amazônica.
A única certeza sobre a pauta climática é ser a agenda do imperialismo contra os países em desenvolvimento e garantir que os recursos naturais do planeta sejam explorado pelos monopólios controlados pelo imperialismo.