A prova de entrada para a Universidade de São Paulo, a Fuvest, acontecerá neste domingo (04), e os protocolos de segurança foram divulgados na última quarta-feira (30/11). Nele, consta que os participantes precisarão vestir máscaras e apresentar o comprovante de vacinação não mais das duas doses, mas também da terceira.
Os estudantes que não se vacinaram com a dose de reforço, porém, devem tomar a vacina nos 4 dias que antecedem à prova, devendo arrumar uma forma de não serem barrados nos portões da universidade.
A obrigatoriedade da dose de reforço se junta aos demais ataques da burguesia à classe trabalhadora que setores pequeno-burgueses da esquerda apoiam, alegando que para o “bem coletivo” seria essencial que o Estado burguês se utilizasse do seu aparato repressivo.
O Partido da Causa Operária (PCO) foi o primeiro a se levantar exigindo que o governo federal comprasse vacinas, defendesse a quebra de patentes e as distribuísse para a população, tornando a vacina um direito. O que não pode ser confundido, porém, é o que é um direito com o que é um dever.
A obrigatoriedade da vacinação, defendida por setores da dita “esquerda democrática”, não passa de um instrumento de opressão contra o trabalhador, sendo uma arma do patrão contra o seu funcionário. Somado a isso, a medida é sobretudo antidemocrática e autoritária contra a classe operária.
Se alguns setores populares, influenciados geralmente pela direita, não quiserem se vacinar, a medida correta não é ter a postura que a esquerda eleitoreira teve, defendendo de maneira histérica a obrigatoriedade. A política correta é defender o convencimento do trabalhador de que ele deveria se vacinar, lhe informando de maneira concreta sobre os benefícios e malefícios do imunizante para que possa tomar a sua própria decisão.
O argumento de que “é algo importante” para defender o uso da polícia e do judiciário burguês para oprimir o trabalhador fará com que ele se distancie cada vez mais da luta popular, aproximando-lhe, inclusive, da demagogia da extrema-direita.
Como dito pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, durante uma Análise Política da Semana em 2021, um operário que já participou de qualquer movimento operário sabe que as primeiras coisas que se enfrenta em uma mobilização são a polícia e o judiciário, que estão sempre lá para impedir as conquistas e a luta popular.
Finalmente, o Estado não está preocupado com as condições de vida dos trabalhadores, mas sim com o seu esmagamento. Toda e qualquer medida que restringe, independente da justificativa, algum direito democrático do povo, por menor que ele seja, serve para, no final, aumentar o caráter autoritário do Estado contra a classe operária.