Um dos partidos poderosos da política nacional não possui uma organização formal e nem registro na justiça eleitoral, o que, no entanto, não o impede de possuir uma bancada própria no congresso nacional e demais casas legislativas país afora. Como não possuem organização formal ou numero registrado, os políticos dele pertencente estão espalhados por diversas siglas oficiais. Trata-se do partido dos banqueiros, cujo banco Itaú possui a ala mais visível e também, talvez, mais importante. Somente as famílias Bracher e Moreira Salles, donos, por assim dizer, do Itaú, possuem pelo menos três representantes dos deputados. Muitos outros ainda estão ligados a este partido e à ala do Itaú, no entanto, de maneira um tanto mais discreta.
Candido Bracher, ex-CEO do Itaú/Unibanco e sua irmã, Beatriz Bracher, desembolsaram legalmente quase meio milhão de reais em financiamento de candidaturas em 2022. Os Moreira Salles, herdeiros de Walther Moreira Salles, fundador do Unibanco, foram uma tanto mais arrojados no investimento: João Moreira Salles e Walther Moreira Salles Junior desembolsaram, somados, mais de R$2,2 milhões em financiamentos de campanhas eleitorais em 2022. Também Maria Alice Setubal investiu R$200.000 reais em candidaturas, sobretudo, identitárias.
Pelo menos três desses investimentos tiveram resultados, dos diversos realizados com essa quantia. Túlio Gadelha (Rede Sustentabilidade), Sônia Guajajara (PSOL) e Célia Xakriabá (PSOL) foram eleitos contando com o financiamento dos banqueiros ou, pelo menos, de um deles, a suas campanhas eleitorais.
Célia Xakriabá, que recebeu R$20.000 reais de Beatriz Bracher, é indígena, do território Xakriabá, no Norte de Minas Gerais, e doutora em antropologia pela UFMG. Segundo Xakriabá, ”Minas vai sentir orgulho de ‘mulherizar’, ‘reflorestar’ e ‘indigenizar’ a política com projetos de cultura”.
Sônia Guajajara, também indígena, ficou relativamente conhecida por ser candidata a vice-presidente em 2018 na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), assim como por sua política pró-imperialista – ficou famosa a cena em que Guajajara encontra o Secretário de Estado norte-americano, Jonh Kerry, para pedir que interfira na Amazônia, sob a justificativa da omissão do Estado Brasileiro na busca de Bruno e Dom, que acabaram sendo assassinados na Amazônia. Também Túlio Gadelha é um político ligado `à “pauta ambiental”.
O partido dos banqueiros, tendo o Itaú a frente, é a ponta de lança do financiamento e da promoção da política identitária no País, cujos políticos eleitos e os diversos outros que não se elegeram, mas foram financiados, são expressões. Fica evidente, o identitarismo é uma política da grande burguesia, por trás da demagogia com demandas da sociedade, ainda que deformadas pela ideologia identitária, os políticos identitários nada mais são que funcionários dos banqueiros, assim como os de direita.
A política dos banqueiros é enxertar na esquerda a política e os políticos identitários, os quais são uma variante da política e dos políticos neoliberais tradicionais, criada para o momento de crise. É preciso denunciar o identitárismo como uma política de direita criada para atacar a esquerda e o nacionalismo que, nesse momento, é representada pelo governo Lula.