Os resultados das primeiras rodadas do grupo G, o grupo da Seleção Brasileira, demonstraram que não haverá jogo fácil nesta primeira fase da competição para o time do Brasil ─ embora a Seleção Cararinho tenha demonstrado um futebol exuberante, acima de todos os seus adversários e das outras seleções tidas como favoritas para levantar a taça. O último confronto da nossa equipe, que será realizado nesta sexta-feira, às 16h no Estádio Lusail, será com uma das seleções surpresas do grupo, a de Camarões.
A seleção camaronesa entrou na Copa do Mundo com um retrospecto extremamente negativo. Na competição, contadas as edições anteriores, o país atingiu a marca de oito derrotas consecutivas, uma a menos do recorde histórico protagonizado pelo México, ainda entre os anos de 1930 e 1958.
Contudo, com um jogo envolvente e sobretudo ofensivo, conseguiu contra a complicada seleção Sérvia um empate heroico na reta final da partida, quando já perdia por 3×1, após ter levado uma rápida virada ainda no primeiro tempo. Neste jogo, ambos os times precisavam da vitória, Sérvia e Camarões haviam perdido seus jogos de estreia para Brasil e Suíça respectivamente. Logo, no lugar de um jogo retrancado e sem muitas ações ofensivas, ambos os times precisaram se expor, mostrando as qualidades e defeitos do próximo adversário brasileiro.
Ficou claro durante toda a partid, que o principal setor que o Brasil mais terá que se preocupar contra Camarões é a rápida troca de passes, e sobretudo, a alta velocidade de seus jogadores ofensivos. Contra a Sérvia, Camarões demonstrou mais uma vez não possuir uma sólida defesa, contudo, o fato de jogar com três atacantes, e meias ofensivos, todos eles de extrema velocidade no campo de ataque, revelaram que o primeiro descuido pode ser fatal.
Para quem se acostumou a ver uma seleção comandada em outras Copas do Mundo pelo histórico jogador Samuel Eto`o, um dos maiores da história do futebol africano e um dos principais atacantes que atuou na Europa no século XXI, hoje Camarões não possuí ninguém à altura. No entanto, as atuações de Choupo-Moting, o principal jogador camaronês e centroavante do Bayern de Munique, servem de alerta para a seleção brasileira.
A equipe ainda tem outros jogadores de destaque, como o meia N`Koudou, o goleiro Onana, o volante Anguissa, entre outros importantes nomes, que atuam em equipes de destaque de futebol europeu, dentre as ligas mais disputadas do mundo.
Seu esquema tático é ofensivo, uma característica típica das seleções africanas que se assemelham ao futebol brasileiro, focado na habilidade, jogadas velozes pelas pontas e alto poder de ataque. Em uma formação 4-3-3, com a liderança do centroavante Choupo-Moting, a equipe de Camarões vem dando problemas para equipes de médio porte, seja na Copa, ou nos amistosos que antecederam a competição.
Todavia, a fraca organização defensiva e o fato de não possuírem um jogador verdadeiramente decisivo, de alto nível, vêm garantindo muito mais empates contra seleções de semelhante qualidade, do que vitórias nos últimos jogos.
Contra o Brasil, é esperado que Camarões tenha atitude semelhante, pois finalmente o país precisa vencer a Seleção caso queira se manter na competição. No entanto, isso não significa que a Seleção precise adotar uma postura contida. Tanto defensivamente, quanto ofensivamente, o Brasil possui um time muito superior à seleção camaronesa. Além disso, dado à fraca defesa do país, a equipe brasileira tem condições de garantir a vitória logo no primeiro tempo de jogo caso assuma uma postura de forte pressão ofensiva.