A ilustração que você vê estampada nesta matéria é de autoria do companheiro Luís Flávio Coelho Guimarães, de São Luis, do Maranhão. A sua ideia, ao fazer o desenho, era homenagear o PCO numa estética que ele mesmo classificou como algo “meio Mad Max, guerra civil”.
O desenho mostra uma mulher sobre uma bicicleta, com várias marcas de ferimentos, fumando um cigarro, carregando livros de Lênin, Trotski, Marx e Engels em sua bagagem. Ela carrega uma faca em sua cintura e segura uma espingarda de apelido “democracia”. Em sua cabeça, um capacete meio amassado, com a letra Z, que homenageia os soldados russos, a foice e o martelo, o símbolo do “anti-nazismo” e uma estrela amarela em fundo vermelho.
Ela está trajando uma roupa com cores militares, tem a engrenagem com foice e martelo (símbolo do PCO) na sua blusa e uma expressão facial que mostra que ela não está para brincadeiras. É possível ver que se trata de uma verdadeira lutadora pelo socialismo e pela revolução.
O companheiro Luis Flávio conversou com este Diário e contou um pouco de sua história. Nascido em São Luís (MA), cresceu em um bairro operário, numa infância típica desses locais, brincando nas ruas, jogando futebol e outras atividades do gênero.
Eventualmente, se mudou para o que seria um bairro de classe média baixa, e sua convivência com a pequena-burguesia o fez perceber as diferenças entre as classes sociais de uma forma intuitiva, mas também o fez se dar conta do fato de que a maioria da classe média não tem uma compreensão real da sociedade, apesar de sua melhor educação.
Luis Flávio escolheu o caminho das artes após perceber que não conseguia aceitar a sociedade em que vivia, considerou que a produção artística era um caminho possível para expressar seu descontentamento. A partir daí, ele começou a fazer um curso superior na área. E sua convivência com seus colegas, majoritariamente de classe média também, aprofundou sua percepção antiga sobre a pequena-burguesia.
Seu primeiro contato com o marxismo foi através da mãe de uma namorada, que era professora universitária e tinha uma abordagem estritamente acadêmica do tema. Luis participou de diversos eventos com esses setores, mas logo, pela Internet, teve contato com alguma Análise Política do companheiro Rui Costa Pimenta. As primeiras que assistiu, ele confessa que teve dificuldade de compreender ou de aceitar, devido ao costume de acompanhar os marxistas de academia. Mas logo que compreendeu melhor, passou a perceber a coerência e os acertos do marxismo militante revolucionário e nunca mais conseguiu conviver com a sua versão acadêmica, que de marxista não tem nada verdadeiramente.
A homenagem, em forma de ilustração, veio de forma bem espontânea, segundo Luis. Ele está sempre em contato com a política do Partido e a ideia de fazer esse desenho pareceu-lhe algo natural.
Ele já havia, anteriormente, desenhado uma ilustração ridicularizando a adoração da esquerda pequeno-burguesa pelo juiz Alexandre de Moraes, o skinhead de toga do STF. Ela está aqui abaixo. É possível reconhecer diversas figuras nefastas da esquerda que, naquele momento, atacavam o PCO em coro com a direita e o STF.
As ilustrações do companheiro mostram que a política do PCO pode atingir os artistas de forma bem decidida e é natural que estes queiram se engajar na luta revolucionária, pois é apenas na revolução que a arte pode realmente se desenvolver.