Em uma semana, no dia 30 de outubro, teremos as eleições do segundo turno. Conforme dissemos, desde o início, está sendo uma verdadeira guerra. Lula teve uma vitória apertada e agora toda a burguesia está se mobilizando para reeleger Bolsonaro. Trinta milhões de pessoas não foram votar e é crucial ir atrás desses votos para garantir a vitória de Lula.
A questão que se coloca é como? O próprio Lula já disse: “Eu quero que vocês andem casa por casa, ver quem não foi votar no 1° turno e convencer a votar e participar no 2° turno”.
O primordial é fazer mutirões, montar grupos ou duplas para ficar em pontos onde se concentram os trabahadores, como estações de metrô, terminais de ônibus, para panfletar, conversar com as pessoas. Outro dado importante é conversar, procurar saber qual a tendência de voto. Há muitos daqueles que votaram em Bolsonaro por mera confusão política, e é possível reverter esse tipo de voto.
Coisas concretas
No contato, é importante tratar de coisas concretas, não entrar na baixaria de pedofilia, maçonaria etc. Terá muito mais efeito demonstrar que Bolsonaro é o candidato dos patrões e que, por isso, sua gestão será a de aprofundar os ataques contra os direitos trabalhistas.
Uma amostra de que o que nos aguarda é um aprofundamento da carestia e do desemprego, é a intenção de Bolsonaro de manter Paulo Guedes como ministro. Esse verdadeiro psicopata político só pensa em privatizar e governar para os banqueiros.
Essa política privatista já mostrou a que veio no preço dos combustíveis e do gás de cozinha, que chegaram a preços estratosféricos, o que castigou os trabalhadores, aumentando muito mais a pobreza. Os preços recuaram um pouco por causa das eleições. Com medo da impopularidade, Bolsonaro reduziu o preço dos combustíveis ou distribuiu subsídios, mas isso tem data marcada para terminar.
Lula já prometeu aumentar o salário-mínimo, investir para a produção de empregos. Com Lula, teremos mais chances de reverter as perdas dos direitos trabalhistas que foram retirados.
Contra-atacar a burguesia
Existe um grande movimento da burguesia, que vai desde a coerção, com patrões dizendo para seus funcionários escolherem entre Lula ou permanecer no emprego até o truque do transporte. Roberto Barroso, ministro do STF, liberou para estados e municípios ‘que quiserem’ o direito de oferecer transporte gratuito para o dia da votação.
A manobra do transporte coletivo é muito clara, pois o correto seria liberar para todos ou para nenhum. Nos redutos bolsonaristas haverá condução, enquanto o acesso às urnas continuará dificultado para a população mais pobre, onde os ex-presidente Lula tem mais votos. Mais um motivo para irmos para o corpo a corpo.
Onde estão os eleitores?
Dentre os 30 milhões de eleitores que não foram votar, muitos acharam que a eleição já estava ganha, que Lula venceria no primeiro turno, mas essa foi uma jogada da burguesia que manipulou os números das pesquisas. Então, é necessário mostrar a importância de se ir votar, pois os patrões estão jogando peso.
O trabalho de panfletagem tem um grande alcance, com ele é possível mostrar que existe uma boa parte da esquerda empenhada em vencer os golpistas. Quem trabalha sabe o quanto a vida piorou desde 2016.
Nos bairros da periferia a população sabe o quanto é difícil pagar as contas de luz. Mostrar que a luz vai aumentar depois da privatização é crucial e, mais ainda, que temos que reverter a privatização. Apenas com Lula isso será possível.
O novo FHC
A gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso foi catastrófica para o Brasil, começou uma destruição completa da nossa indústria e empregos. A entrega das estatais representou o fim de um importante estímulo à economia, pois esses setores contratam muitos serviços e empregam muita mão de obra.
FHC fez uma devassa, uma verdadeira privataria, e Bolsonaro é a continuação dessa política de terra arrasada. Seu governo quer privatizar tudo o que restou e o Brasil vai entrar em um período ainda mais agudo de pobreza, miséria e fome.
Conscientizar o eleitorado de que Bolsonaro é fruto do golpe é fundamental. Por isso é importante repetir: a campanha para conseguir votos tem de ser política, tratar de temas da vida real, não problemas morais.
Problemas morais não importam. Um caso típico, em São Paulo, é que Maluf tinha uma campanha que basicamente repetia que ele “rouba, mas faz”. Ou seja, se alguém ‘resolver’, ou parecer resolver, minimamente, as questões da vida prática do trabalhador, receberá o voto.
Os governos Lula propiciaram alguma melhora nas condições de vida da classe trabalhadora, precisamos reconquistar os direitos perdidos, e não só isso, mas avançar.
PCO na campanha
Entre em contato com o PCO para panfletar. Há atividade diária em diversas cidades espalhadas pelo Brasil. Os militantes do Partido estão comparecendo nas estações e nos bairros. Está sendo uma campanha financeira para se imprimir muito mais panfletos e é possível colaborar.
Essa atitude de ir para cima, para o corpo a corpo é importante, pois mantém o moral da tropa elevado. Os trabalhadores devem sentir essa força, essa vontade de vencer, isso também contagia as pessoas. Uma campanha chocha não empolga, por isso é preciso firmeza, resolução, isso é que faz a diferença.
A direita tem muito dinheiro, diferentemente da esquerda que está dependendo da contribuição de militantes. Por outro lado, a esquerda tem essa massa de pessoas disposta a mudar a vida da população.
Pode não parecer, mas ainda há bastante tempo para reverter votos para Lula e vencer as essas eleições.
