O MintPress News, um portal virtual norte-americano de notícias sobre política, economia e sociedade publicou, no dia 02 de março, um estudo sobre a cobertura dos cinco principais meios de comunicação da imprensa burguesa dos EUA sobre as guerras ocorridas nas últimas semanas no mundo.
Esses órgãos da imprensa burguesa são a Fox News, The New York Times, The Washington Post, CNN e MSNBC e eles publicaram, juntos, na semana entre segunda-feira, 21 de fevereiro e domingo, 27 de fevereiro, segundo dados coletados nas notícias Factiva, precisamente 1.298 matérias sobre o conflito na Ucrânia; duas histórias dos ataques israelenses à Síria (The Washington Post); uma sobre os ataques norte-americanos à Somália (The New York Times); e absolutamente nenhuma matéria sobre a guerra imposta pelos sauditas ao Iêmen.
A pesquisa publicada pelo Mintpress News busca mostrar exatamente a diferença das coberturas em relação aos conflitos. É importante lembrar que os EUA, além do caso da Somália, têm influência política direta sob países que protagonizam os outros conflitos, isto é, Israel e Arábia Saudita. O quadro que se coloca é que os cinco maiores meios de comunicação norte-americanos estão todos à serviço dos interesses imperialistas e, dessa forma, ignoram as ações genocidas dos EUA e seus aliados políticos em outros lugares, escondendo a opressão do imperialismo.
Em princípio, a estratégia da imprensa burguesa é ignorar para fazer que não exista, ou seja, se não for noticiado, aquilo não existiu para o mundo. O Mintpress News, fundado pela jornalista Mnar Adley, surgiu em 2012 como crítica a exatamente esse contexto na imprensa norte-americana que, segundo ela, falhou miseravelmente. Nesse contexto, todos os principais órgãos de comunicação noticiam a mesma coisa, estando a serviço dos mesmos grupos capitalistas e seus interesses.
O fato é que a máquina de propaganda do imperialismo não está preocupada com a vida das pessoas ou com os direitos humanos, mas sim com atender aos interesses políticos dos EUA e dos países imperialistas.
A ideia da imprensa norte-americana é vender ideais humanizados para pressionar Putin mobilizando os incautos, fazendo propaganda de um debate absolutamente raso, que tem como centro a “paz da humanidade”, e ignorando completamente a necessidade de um debate histórico a ser travado. Pois, travado este debate, seria revelado que o governo norte-americano, a serviço dos maiores capitalistas do planeta, financiaram um golpe de Estado na Ucrânia em 2014 e simplesmente não reconhecem que a Ucrânia está infestada de nazistas.
É no mínimo estranho que, no meio de toda essa agitação, a imprensa burguesa norte-americana consiga noticiar atos na Rússia contra a ofensiva de Putin, mas não conseguiu com toda a sua preocupação com a humanidade, desde 2014, denunciar ao mundo o nazismo ucraniano. Este que desfila nas ruas, nos shoppings, nos estádios de futebol com a suástica, este que massacra, tortura e persegue as populações russas de Donetsk e Lugansk.
É importante mencionar que as denúncias hipócritas dos monopólios da imprensa capitalista norte-americana não se limitam a publicar cerca de 1.300 matérias em uma semana tentando incriminar a Rússia. Em verdade, há muito mais que isso quando pensamos que o imperialismo estadunidense mobilizou também os principais órgãos da imprensa burguesa de aliados da OTAN como a Alemanha, França e Inglaterra, por exemplo. Para ir mais além, não podemos deixar de perceber que os 10 maiores grupos de imprensa no Brasil também foram mobilizados à serviço dos interesses norte-americanos. Em todos esses órgãos da imprensa, não há sequer uma notícia sobre o Iêmen.