Neste último sábado (17), as ruas de Paris foram marcadas por gigantes passeatas organizadas pela população as quais pediam a saída do atual presidente, Emmanuel Macron, assim como também a saída da França da Otan e da União Europeia.
A primeira manifestação ocorreu em 3 de setembro e teve continuidade no sábado (17), sendo convocada pelo partido Les Patriotes, de caráter de extrema-direita, mas que tem pego diversas reivindicações populares e, assim, mobilizado a população francesa.
Algo similar ocorreu na República Tcheca: no dia 3 de setembro, a população foi às ruas de Praga para protestar contra o governo. Com uma estimativa de 70 mil pessoas presentes, eles protestavam também contra a Otan e a União Europeia. De acordo com os líderes da manifestação, o país deve ser neutro militarmente e garantir contratos diretos com fornecedores de gás, o que inclui a Rússia. Outro fator interessante foi a repulsa à bandeira da Ucrânia pendurada em frente ao Museu Nacional da cidade.
“O objetivo da nossa manifestação é exigir mudanças, principalmente na resolução da questão dos preços da energia, especialmente eletricidade e gás, que destruirão nossa economia neste outono“, disse um dos organizadores do evento, Jiri Havel.
Entre os meses de março e julho. também presenciamos diversas manifestações na Itália contra a Otan, exigindo a saída do país da organização e culpando a Otan pela guerra na Ucrânia. Além disso, manifestações ao longo do ano foram registradas na Alemanha, Espanha e outros países.
O interessante a se observar é que a população tem se dado cada vez mais conta do que se trata o conflito na Ucrânia. Em vez de histericamente acusar a Rússia de atacar a Ucrânia por “pura maldade” e de “matar inocentes” pelo mesmo motivo, é importante entender todos os lados da história.
O início de todo esse conflito, que ocorreu em fevereiro deste ano, foi quando o imperialismo europeu e norte-americano implantou bases militares, assim como colocou tropas da Otan na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, ameaçando, assim, a Rússia de invasão e de cerceamento. Tudo isso explodiu quando ocorreu a tentativa de colocar a Ucrânia na Otan, o que consolidava parte das ameaças.
Entre uma das formas de revidar, a que aconteceu era uma das menos esperadas: a Rússia invadiu a Ucrânia e começou a liberar o território da região, avançando de pouco em pouco, liberando as Repúblicas Populares do Donbass e, agora, libertando o resto da Ucrânia, tudo isso a passos de bebê, na tentativa de atingir o mínimo de civis possível.
Isso, no final das contas, provou que o imperialismo já não está mais com toda força de antigamente, e não conseguiu bancar o que se propôs a fazer. Tanto é isso que esses países abandonaram a Ucrânia à própria sorte, dando uma infinita ajuda indireta, mas sem efetivamente “meter a mão na massa”.
A principal forma de combate ao gigante russo foram as sanções e o envio de armas e financiamento à Ucrânia. Essa, no fim das contas, acabou sendo o maior nêmesis dos países imperialistas — com as sanções, a Rússia que, apesar de ser um país atrasado, é rico em recursos naturais, decidiu cortar o fornecimento de gás para a Europa. É importante considerar que o país é o maior fornecedor de gás do continente, o que fez com que uma escassez sem precedentes tomasse conta da Europa, com falta de gás, petróleo e outros recursos energéticos. Isso ocorre em um período onde a crise política e social do continente já é grande, com a inflação nas alturas, encarecendo o preço dos alimentos, água e luz de maneira absurda.
Em paralelo a isso, a relevância da Rússia foi crescendo. Apesar da manipulação da imprensa imperialista, a população de diversos países percebeu a cilada, se levantando para protestar contra a Otan e a proximidade de seu próprio país a essa política fascista.
Por isso, milhares de europeus foram às ruas, protestando contra os absurdos da Otan e a série de impactos que isso acabou causando em seus próprios países. Não só isso, mas esses fatos também fizeram com que os europeus reparassem mais nos problemas já existentes em seus países, como a crise contínua e os ataques aos países atrasados.
Isso também evidencia que os países imperialistas não ligam para a sua população, pois preferem insistir em sanções sem sentido enquanto seu povo passa frio e fome. Desde sindicatos até associações de extrema-direita tomaram esses países, se aproveitando da alta insatisfação para abocanhar uma parcela da população ao se colocar como antissistema.
Em suma, o imperialismo não conseguiu bater de frente com a Rússia, e isso agora se reflete na sua própria população que está, apesar de desorganizada, nas ruas, em prol dos oprimidos.