O desmantelamento das Estatais materializa-se, no último período, no BB, na Caixa e demais bancos públicos, através do plano de fechamento de uma centena de agências de dependências bancárias, nas milhares de demissões e na desvalorização dos bancários pelo mais violento arrocho salarial. A centralização de poder nas mãos dos gerentes, o autoritarismo e o terror instalado nos locais de trabalho (lista de funcionários, boatos de descomissonamento e demissão), intensificam o pânico e a superexploração dos bancários.
Tudo isso, é óbvio, teria que vir embrulhado num discurso demagógico, típico do neoliberalismo, de “Democratização” das relações de trabalho.
Por outro lado, em consequência de certa paralisia das direções sindicais, com a ausência de organizações de base que leva a um distanciamento entre a categoria e a direção sindical, incapaz de aponta uma perspectiva de luta para os bancários, evidenciam a paralisia do movimento sindical frente aos ataques do governo Bolsonaro.
A criação do Comitês de Luta com boletins e jornais próprios é fundamental para a retoma da luta e organização concreta dos bancários, no próximo período. Sua formação parte da luta em cada setor, departamento e agência como canal de denúncia e oposição às ameaças, ao autoritarismo, ao arbítrio e terror nos locais de trabalho, pelos os chefetes de plantão, resgatando a solidariedade entre os trabalhadores frente aos problemas específicos e gerais e reforçando a unidade entre os funcionários. Os Comitês de Luta promovem e aprofundam as discussões no interior dos bancos, formulando táticas e estratégias de luta em torno das reivindicações, incentivando, ainda, o surgimento de novas lideranças. Elas não se opõem ao sindicato, mas, ao contrário, reconhece-o como elo unificador das lutas sindicais. Se a direção do sindicato é combativa e autêntica, há uma nítida integração entre Direção e Comissão de Luta; se a Direção é pelega, às Comissões de Luta compete combatê-la e expulsá-la do Sindicato.
Os Comitês de Luta são, pois, instrumentos de pressão das bases sobre as direções sindicais e, por isso, decisivas para a desburocratização, democratização e fortalecimento dos sindicatos, contribuindo para a consolidação, no seio da categoria, do fortalecimento da CUT (Central Única dos Trabalhadores) democrática e classista.
Os Comitês de Luta não devem ser encarados como prolongamento das direções sindicais no interior da empresa, mas, ao contrário, como organizações que, partindo dos locais de trabalho se submetem não às direções, mas às decisões da categoria.
Para os bancários é preciso ficar bem claro que, somente a mobilização dos trabalhadores poderá barrar a ofensiva da direita golpista que, antes mesmo do governo Lula assumir a presidência da República, através de mais de 60 milhões de votos, tenta colocar as suas manguinhas de fora, não aprovando a PEC da transição; criticando a escolha de ministro, em posições chaves, do presidente Lula; com o sobe e desce dos índices na Bolsa de Valores; desvalorização do Real frente ao Dólar, como forma de pressão, etc. e tal.
Os Comitês de Luta foram uma ferramenta de fundamental importância, nesses últimos seis anos, para impulsionar a luta contra o golpe de Estado e, continua sendo um instrumento de combate e mobilizador contra sanha imperialista e da burguesia nacional contra a população em geral e os trabalhadores.