As revoltas populares no Sri Lanka que forçaram o presidente Gotabaya Rajapaksa a renunciar e fugir, neste domingo, é prova viva da desordem econômica e política do capitalismo a nível mundial.
Assistimos à mesma tendência em diversos países da UE, EUA, Inglaterra e leste europeu. Enormes manifestações operárias na Itália, agricultores na Holanda e Alemanha, e na América Latina o povo está nas ruas desde 2012 mais ou menos contra os golpes de estado praticados pelos EUA no Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Paraguai etc.
No Sri Lanka, em abril, os manifestantes invadiram a residência oficial do presidente e a incendiaram. Ele se instalou no Palácio de governo que também foi invadido por centenas de milhares de pessoas neste final de semana e os militares o levaram para uma base naval.
O motivo óbvio é que o país está falido. A população vive em automóveis, sem alimentos, sem eletricidade, sem água, sem combustíveis, sendo a pior crise desde sua independência em 1948. O FMI aguarda a normalização para continuar as negociações de empréstimos. Vão ganhar mais com a fome e miséria do povo do Sri Lanka.
O primeiro-ministro Ranil Wickremasinghe tentou abrir caminho para um governo de unidade nacional, convocando uma reunião de crise do governo com partidos da oposição e propondo sua renúncia. Mas isso não foi suficiente para acalmar a ira dos manifestantes que, na noite de sábado, sitiaram a residência do presidente e, na sua ausência, a incendiaram, sem deixar feridos.
O imperialismo, na figura de seu principal representante, os EUA, pedem para que os futuros líderes resolvam a crise degenerada o mais rápido possível, com o restabelecimento da eletricidade, da escassez de alimentos e combustíveis. De fato, querem resolver rapidamente a crise para que a atitude não sirva de exemplo para os demais países em situação análoga, que são em número gigantesco, e comece a pipocar revoluções por todos os lados.
A população tem o direito de se revoltar e efetivamente o fez, obrigando o presidente a aceitar a renúncia. Esse exemplo precisa ser seguido pelos demais países antes que seja tarde demais e sejam instalados governos altamente autoritários que impedirão à bala outras manifestações desse porte.
Essa atitude é a única possível quando a população sofre com a fome e a miséria, sem local para morar por falta de dinheiro para o aluguel numa crise provocada pelo imperialismo que afeta todos os países e até mesmo os desenvolvidos.
Todos os trabalhadores do mundo estão na mesma situação de pobreza, só os capitalistas continuam engordando suas riquezas já trilionárias. O povo do Sri Lanka está apontando o caminho, corretamente, e aprenderão com a experiência a não titubear e cair nos contos da carochinha que o imperialismo cria para desmobilizar os trabalhadores.
Diante de condições precárias de vida para manter os lucros enormes das empresas e do Estado burguês, os trabalhadores e o povo em geral precisam se levantar e acabar com essa desigualdade mortífera. É hora do povo ocupar seu lugar na história.