A direção bolsonarista do Banco do Brasil, que detém a presidência da Caixa de Assistência dos Funcionários Banco do Brasil (Cassi) e 4 conselheiros, de um total de 8, no Conselho Deliberativo da Caixa, tenta dar mais um golpe na categoria, ao anunciar um “déficit” de R$ 366 milhões, e propõe que os trabalhadores arquem com esse rombo, que não foi responsabilidade da categoria, com o aumento da coparticipação passando dos atuais 30% em consultas para 50% e, dos atuais 10% para 30% em serviços auxiliares, isso sem nenhuma contrapartida do banco que é o patrocinador da Cassi.
Não é de hoje que este Diário e a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, pelo coletivo Bancários em Luta, vem sistematicamente denunciando que, por trás das mudanças do estatuto da Cassi, desde a primeira delas, no famigerado governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que, com o mesmo discurso de agora, de que a Cassi está falida, que precisava de capitalização etc. e tal, passando pela mudança em 2007 e a última em 2019, com o mesmo discurso, é uma maior oneração para os trabalhadores e uma desoneração para o banco e, em última instância, é a tentativa de pavimentar a privatização do BB.
Mais uma vez os trabalhadores são chamados a pagar pela “falência” de uma das melhores operadoras de plano de saúde do país com um faturamento de mais de R$ 4 bilhões, com cerca de 600 mil beneficiários.
Se a situação de “déficit” é verdadeira, foi causada, única e exclusivamente, pela má administração e roubos ocorridos nas gestões dos interventores da direção do Banco do Brasil à frente da Cassi.
Quanto mais se aprofunda a crise do capitalismo, mais aumenta a necessidade dos patrões procurarem uma saída através de um maior ataque às condições de vida dos trabalhadores.
Valendo-se de um recuo das direções sindicais no encaminhamento das lutas dos trabalhadores bancários, a direção do BB procura abrir caminho para derrubar mais uma conquista histórica da categoria, que foi fruto da luta de gerações passadas. Os bancários do BB não podem ceder às pressões e devem dizer, em alto e bom som, não a mais essa fraude montada.
É preciso reverter esse quadro de paralisia, e as organizações de luta dos trabalhadores devem passar à ofensiva para barrar mais essa tentativa reacionária da direita golpista em liquidar com um patrimônio, conquistado através de muitas lutas, dos trabalhadores bancários do Banco do Brasil.
Organizar uma verdadeira mobilização pelo controle do plano unicamente pelos trabalhadores.