No último domingo, na Sérvia, aconteceu um protesto de milhares de pessoas na cidade de Belgrado, capital do país, contra a marcha EuroPride, um evento LGBT que estava marcado para acontecer em setembro. O governo já havia proibido o evento devido as investidas da Otan no Cossovo, que está recebendo tropas estrangeiras e aumentando as tensões nesse território que foi roubado da Sérvia em 1999. O caso escancara uma realidade sombria, a utilização dos LGBTs pelo imperialismo para atacar os países atrasados gerará uma retaliação violenta contra esse setor da população.
O que acontece na Sérvia é que, desde a ação militar russa na Ucrânia e no Donbas, cresce o sentimento anti-imperialista no país. Resultado dos bombardeios da Otan à Sérvia na década de 1990 e ocupação do Cossovo. O aumento de sua presença na região estimula ataques violentos contra a minoria de sérvios. Essa investida do imperialismo também faz crescer a revolta dos trabalhadores. O presidente sérvio, Aleksander Vucic, já elevou o tom, o que torna possível até mesmo um confronto armado no futuro próximo.
Ao mesmo tempo, o movimento anti-imperialista não se aglutina somente em torno das organizações da esquerda. Como nos casos do IRA, uma organização católica irlandesa, e dos diversos movimentos islâmicos árabes nacionalistas, na Sérvia a religião Ortodoxa também se torna uma base para a luta nacional, assim como na Rússia. Foi esse setor da população que saiu às ruas carregando cruzes e imagens de santos, bem como imagens de Vladimir Putin e do General Dragoljub Draza Mihailovic, que lutou contra a ocupação nazista na década de 1940, o que deixa claro o tom anti-imperialista da manifestação.
A política do identitarismo, que é exportada para todo o planeta pelos EUA, está fazendo com que os trabalhadores façam uma conexão entre a população LGBT e o imperialismo. No do EuroPride a relação é bem direta. No próprio sítio da organização é possível ver quem são os “parceiros”: Council of Europe, The Balkan Trust for Democracy (USAID), Federal Foreign Office (alemão), a Embaixada dos EUA na Sérvia e os governos do Canadá, da Noruega e da Suécia. Na prática, é uma manifestação de rua organizada por governos estrangeiros membros da OTAN, ou seja, que estão basicamente em guerra com o país.
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Na Rússia também esse tipo de manifestação é proibida desde o ano de 2013 e o Bispo Nikanor, um dos líderes dessa mobilização, citou este caso como o ideal para o seu país. A Associação dos Organizadores do EuroPride já publicou em suas páginas oficiais que não obedecerá o decreto do governo pois entende que ele fere os direitos humanos. As organizações imperialistas seguem se importando muito com os direitos humanos nos países que ousam se levantar contra o seu domínio.
O caso da Sérvia deve ligar o sinal de alerta para a população LGBT e de todas as minorias que estão sendo usadas pelo imperialismo para atacar os povos do mundo. Não é a primeira vez que isso acontece, há casos terríveis e muito famosos como o genocídio dos tutsis e dos armênios. Caso o governo dos EUA sigam se utilizando do identitarismo para atacar brutalmente os povos oprimidos, manifestações como essa, contra EuroPride, podem rapidamente se transformar em ataques aos LGBTs e até mesmo massacres. Quando isso acontecer, serão os trabalhadores dessa comunidade que irão sofrer as consequências dessa política sórdida do imperialismo.