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Denuncia

Burguesia envenena mulheres com uso desenfreado de mercúrio

45% dos abortos espontâneos no Brasil são espontâneos mesmo?

O Estado do Amapá concentra o maior número de abortos espontâneos do país. Em abril de 2021, a revista médica The Lancet divulgou que cerca de 23 milhões de gravidezes em todo o mundo terminam em abortamento espontâneo.

Um estudo realizado pela Farmivita, um grupo multidisciplinar que atua na área da saúde da mulher e com especial atenção à fertilização, concluiu que 27% das mulheres brasileiras já sofreram aborto espontâneo. A faixa etária com maior porcentagem é entre 35 e 39 anos, com 41%. Em segundo lugar, dos 30 aos 34 anos, 36% do total.

Os dados por estados, por sua vez, são muito interessante. O Amapá é o estado com maior número de abortos espontâneos no Brasil, 45% das mulheres. Depois, vêm o Rio de Janeiro e Santa Catarina, onde 29% das mulheres já passaram por um aborto espontâneo. Depois, São Paulo, com 28%, e Minas gerais, com 26%. Por outro lado, o Paraná é o estado com menor número de abortos espontâneos do País: 21% das gestações.

A apresentação dos dados por parte de uma revista digital da região do ABC, o ABC do ABC, sugere que a principal causa desse quadro é a questão psicológica. Então, colocam que a solução seria o apoio psicológico para essas mulheres. Na verdade, analisando a matéria, chegamos à conclusão de que se trata de uma propaganda de um sistema de atendimento psicológico online, com valores acessíveis, procura constituir-se como um tratamento psicológico alternativo ao oferecido pelo SUS. Em suma é, mais uma vez, o capitalismo tentando ganhar mais dinheiro em cima das desgraças das mulheres trabalhadoras.

Aqui, cabe a pergunta: por que o estado do Amapá concentra quase metade dos abortos espontâneos do Brasil? O que, no Amapá, corroboraria com a hipótese de que a questão dos abortos espontâneos é, principalmente, uma questão psicológica, como coloca o jornal? Uma rápida pesquisa deixou bem claro que o problema não se resume a isso. Antes, encontra sua razão maior na realidade material, e não na mental.

O Amapá fez parte de um estudo que envolveu 34 mulheres do Brasil, e mais 129 mulheres da Venezuela, Bolívia e Colômbia, a fim de verificar a exposição das mulheres ao mercúrio. O estudo foi realizado pela International Pollutants Elimination Network (IPEN) e Biodiversity Research Institute (BRI), com o apoio do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), e foi publicado em junho de 2021. As amostras de cabelo dessas mulheres foram colhidas em dezembro de 2020. 

O Amapá apresentou o segundo maior índice de contaminação por mercúrio, com nível médio de 2,98 ppm (parte por milhão). Sendo que o limite estabelecido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA) para a percepção dos efeitos negativos em fetos é de 1 ppm. No entanto, contaminações de 0,58 ppm já começam a provocar efeitos negativos. Os números são alarmantes de todos as formas, 58,8% das mulheres apresentaram nível acima  do permitido de 1 ppp, e 66,8% passaram do nível que já provoca efeitos negativos.

Vale lembrar que essas mulheres não são trabalhadoras do garimpo. Elas e toda a população são contaminadas através da alimentação, por ingestão de peixes contaminados e demais alimentos. São vários os problemas de saúde na região. O mercúrio afeta o sistema nervoso, o sistema reprodutivo, além de outras doenças, algumas nem diagnosticadas.

Em meio a tudo isso, surge o problema do aborto. As mulheres não tem direito a fazer aborto, e também não tem direito a dar uma vida digna para seus filhos. A burguesia vem atacando as mulheres violentamente, e um dos ataques é justamente a criminalização cada vez maior do aborto.

No Brasil, o Secretário do Ministério da Saúde armou, desde a sua posse, uma estratégia para criminalizar inclusive as mulheres que passam por um aborto dentro das três possibilidades previstas por lei no Brasil, que são: estupro, risco de vida da mãe e feto anencêfalo. Nem crianças escapam da fúria fascista.

A pergunta que temos é: quanto tempo falta para que as mulheres sejam incriminadas por abortos espontâneos? Pois é prática do estado fascista provocar a miséria e depois condenar os miseráveis.

A violência contra a mulher é institucionalizada - TV Mulheres nº 135 - 17/07/22

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