A nova presidenta da União Nacional dos Estudantes, eleita no ano passado num congresso farsesco realizado virtualmente, tem chamado a atenção por ser uma das mais direitistas da história da organização. Mas essa não é a primeira vez e certamente não será a última vez em que a presidenta será mencionada por aqui, por ocasião das suas posições direitistas, que são recorrentes.
Desta vez, a posição de Bruna Brelaz que me chamou a atenção foi sua defesa do conhecido comprovante de vacinação, dessa vez para as Instituições Federais de Ensino:
VITÓRIA!
E antes que o ano acabe, nossa pressão conseguiu impor mais uma derrota ao negacionismo de Bolsonaro. O STF suspendeu o despacho em que o MEC proibia as Instituições Federais de Ensino solicitarem comprovante de vacinação. Grande dia ✊🏾
— Bruna Brelaz 💙 (@brunabrelaz) December 31, 2021
No último dia de 2021, a presidenta comemorou a “grande vitória” promovida pelo STF, o órgão mais golpista e autoritário do Judiciário brasileiro. Nada mais justo vindo do próprio STF. No mesmo sentido, vimos também João Doria, o científico santo da vacinação em São Paulo, assinando decreto que obriga os servidores estaduais a comprovarem sua vacinação.
Brelaz mais uma vez demonstra sua subordinação política à direita golpista. A questão dos comprovantes de vacinação para trabalhadores é uma medida autoritária contra a população em geral. Já vimos diversos casos de trabalhadores que foram demitidos por não se vacinarem. E como já explicamos exaustivamente na nossa imprensa, a vacinação deve ser vista como um direito e não como um dever. Da mesma forma, exigir a vacinação em determinados ambientes, principalmente nos locais de trabalho, é um ataque às liberdades individuais de cada cidadão.
A presidenta eleita em junho do ano passado foi alvo de críticas em outros episódios de alinhamento com a direita. Brelaz, contrariando orientação da sua própria organização, a UJS, confirmou sua presença no ato convocado pelos golpistas do MBL, realizado em setembro do ano passado. Um ato completamente esvaziado, escancarando a total impopularidade da frente ampla e da terceira via. Após ser duramente atacada pela militância que está efetivamente comprometida com a luta contra os golpistas, Brelaz teve seu espaço para choramingar publicamente na Folha de S. Paulo e denunciar a suposta “rede de ódio” da esquerda.
Se a tal “rede de ódio” for caracterizada pelos setores da esquerda que criticam seus encontros com Fernando Henrique Cardoso, Ciro Gomes, Eduardo Paes e diversos outros golpistas, então essa “rede de ódio” ainda vai ter muito trabalho pela frente. Como uma dedicada funcionária, a presidenta da UNE bate ponto com os seus patrões do PSDB frequentemente. Defender o comprovante de vacinação, ao lado de Doria, o verde-amarelo e os partidos da direita nas manifestações, a frente ampla com golpistas, são todas políticas direitistas e devem ser caracterizadas como tal.
Bruna Brelaz é mais uma liderança fabricada aos moldes da burguesia para confundir a luta da juventude, que é um setor fundamental na luta política. A presidenta inclusive se reuniu com funcionários do IREE, que tem relações diretas com o imperialismo. Nós, que estamos ao lado dos trabalhadores e estudantes, não permitiremos o sequestro de sua luta por canalhas da direita e nem por oportunistas da esquerda.
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