Morreu no dia 07/11 um dos trabalhadores do Frigorífico do grupo BRF – Brasil Foods, Manoel Manoel Paulino de Amorim, que estava internado no Hospital de Queimaduras de Anápolis. Ele teve o corpo todo queimado, estava entubado e sua situação era muito grave.
O operário de 47 anos, que estava internado após se intoxicar com vazamento de amônia em frigorífico de Rio Verde, em Goiás, estava internado desde setembro, quando, num domingo, dia 18, houve a explosão do gás.
Esse é o segundo operário a sucumbir diante da atitude inconsequente dos patrões do BRF que vislumbram, acima de qualquer coisa, o lucro. Ele estava hospitalizado até agora. O primeiro, de nome Antônio Cardoso Brandão, de 36 anos, foi morto imediatamente após a tragédia no frigorífico. Há um terceiro, que foi internado junto com Manoel, onde não se tem notícias de seu estado de saúde.
No período do vazamento, sabe-se que 12 trabalhadores tiveram que ser socorridos em hospitais das proximidades e que nove deles foram liberados.
Tragédia anunciada
Os frigoríficos são, de longe, os maiores responsáveis, no Brasil, pelo alto índice de acidentes e doenças ocupacionais no País e, as tragédias, principalmente com vazamento de gás amônia são rotineiras, o que coloca os trabalhadores, de conjunto, numa situação de sofrerem sequelas irreparáveis pelo resto de suas vidas, isso quando não temos casos como os que aconteceu no frigorífico do grupo BRF – Brasil Foods sendo, considerados como os campeões nessa questão. Mesmo assim, os patrões, quando questionados sobre tal situação, têm sempre uma desculpa esfarrapada. O BRF utilizou-se dessa desculpa mais uma vez, ao falar da tragédia de Rio Verde, disse em nota: a BRF informou que lamenta profundamente o ocorrido e que está prestando toda a assistência aos familiares da vítima e aos colaboradores. Também disse que iniciou uma investigação interna para averiguação do fato, e que, após vistoria, a área atingida foi liberada e as atividades na fábrica foram retomadas ainda na noite de domingo (18).
É necessária a mobilização de todos os trabalhadores do setor de frigoríficos que têm um contingente de mais 500 mil trabalhadores, mas que são as principais vítimas da ganância dos patrões. Que se instale comissão de fábricas escolhidas pelos próprios operários, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), também escolhidas somente por trabalhadores.
É preciso, ainda, que se discuta a situação junto com os demais sindicatos combativos e de luta, bem como, com a CUT à frente, em uma luta conjunta contra os brutais ataques às condições de vida e saúde dos trabalhadores desse setor industrial.