A Organização Mundial do Comércio (OMC) elaborou uma declaração de solidariedade à Ucrânia que foi assinada por 50 países, da União Europeia, Canadá, Japão, EUA e outros, uma declaração de solidariedade à OTAN e EUA, disfarçada como solidariedade à Ucrânia.
A declaração não foi assinada pelo Brasil, o que suscitou um escândalo na imprensa golpista, pró-imperialista.
Em meio a tamanha crise do capitalismo, piorada pela pandemia e agora pelo conflito militar entre a Rússia e a OTAN, no território da Ucrânia com EUA e Inglaterra à frente, a crise tende a se acirrar em escala mundial.
Entre os países americanos que apoiam a declaração estão Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Uruguai, Paraguai, México e Peru. No documento consta que “Expressamos nossa profunda tristeza pelas perdas humanas devastadoras e pelo sofrimento profundo causado pela agressão contra a Ucrânia”, e que os impactos são severamente negativos para o comércio internacional e para a economia ucraniana.
E que a destruição da infraestrutura dos portos, ferrovias, rodovias, pontes etc, impede que o país possa continuar a produzir, importar e exportar mercadorias. São muito preocupados pela falta que fazer no mercado internacional, as matérias-primas oferecidas, como produtos alimentícios, agrícolas, óleo de girassol e minerais essenciais.
O fato da Ucrânia ser um dos maiores exportadores de milho, cevada, trigo e ainda ser um grande fornecedor para o Programa Mundial de Alimentos, com a paralisação do comércio desse país, resulta na falta de alimentos no mercado para abastecer inúmeros países, principalmente os em desenvolvimento, colocando o problema do aumento da insegurança no mundo, somando-se a já grave situação causada pelo Covid-19.
Esse bloco de apoio solidário à Ucrânia promete facilitar suas exportações e pede aos membros da OMC que facilitem e simplifiquem os procedimentos aduaneiros e o uso da infraestrutura local a favor da Ucrânia.
A posição ambígua do Brasil desde o início da guerra mostra uma preocupação do governo em não se indispor desavisadamente com a Rússia.
Tivemos recentemente fatos como a falta de compromisso do governo Biden em retirar as barreiras comerciais dos produtos siderúrgicos nacionais no mercado norte-americano. Também como declarações do ex-presidente do Chile e atual Alta Comissária da ONU para direitos humanos, cobrando eleições “democráticas e sem interferência”, melhores políticas para LGBTs, indígenas, mulheres e meio ambiente. Tudo isso são formas de interferência estrangeira em assuntos internos nacionais, com clara intenção de colocar o país em desvantagem frente ao imperialismo.
Por outro lado, a posição de neutralidade às sanções econômicas contra a Rússia e ao posicionar-se contra a ação militar da Rússia na Ucrânia demonstram a ambiguidade do governo em relação aos EUA e Rússia.
É uma contradição enorme. Um governo capacho do imperialismo, como o de Bolsonaro, se recusar a tomar uma posição clara contra a Rússia. É um retrato da crise geral do imperialismo, escancarada pela guerra.
O fato de não conseguirem que suas ações provoquem os resultados esperados com as sanções e restrições contra a Rússia, pelo contrário, incentivam a que ter que substituir as importações pela produção nacional, o que de fato está ocorrendo e ainda que desenvolvam novos meios de pagamento bilaterais com moedas dos países envolvidos sem necessidade de utilização do dólar como meio de pagamentos e nem o sistema Swift.
O que o imperialismo está conseguindo com muito êxito é a sua própria desmoralização total. O exemplo do ocorrido no Afeganistão e agora não tem tido sucesso nas intervenções contra a Rússia. Um total vexame político, econômico e social.