Em um primeiro momento, a denúncia do Diário Causa Operária demonstrando as relações de Guilherme Boulos com a direita golpista, o imperialismo e a CIA foi seguida de um absoluto silêncio. Sem sucesso, o PSOL e todos os apoiadores de seu pré-candidato ao governo de São Paulo ficaram rezando para que a notícia não se espalhasse.
Não deu jeito. Em poucos dias, dezenas de milhares de pessoas já tinham lido a matéria e passaram a cobrar um posicionamento de Guilherme Boulos. Juliano Medeiros, presidente do PSOL, tentou conter a rebeldia de seu público nas redes sociais, ameaçando bloquear quem fizesse qualquer questionamento sobre a relação entre Boulos e a CIA. A ameaça de “bloque”, contudo, também surtiu pouco efeito.
Eis que Boulos, então, decidiu, ele próprio, se pronunciar sobre o assunto. Para isso, foi até o portal DCM, cujo dono lhe apoia publicamente, e fez a sua defesa.
Uma péssima defesa, diga-se de passagem. Que só lhe incriminou ainda mais. Em resumo, toda a fala de Boulos teve como base dois pontos: a tese de que o PCO seria um bando de “malucos” e a de que não haveria problema algum em se relacionar com o advogado Walfrido Warde.
Quanto a chamar o PCO de maluco, é uma cretinice. Primeiro, porque um “maluco” pode falar coisas verdadeiras. Isto é, mesmo que fôssemos um bando de malucos, a denúncia não necessariamente seria uma “maluquice”. Segundo, porque o PCO é um partido respeitado pela esquerda e pelo movimento operário, que vem se colocando na vanguarda de todo o movimento contra o golpe. Chamar-nos de “malucos” só mostra o desespero do psolista, na medida em que decidiu atacar o partido que serve de direção e referência para os setores mais combativos da esquerda.
Por si só, a tática de “matar o carteiro” para que a mensagem não seja difundida já mostra Boulos tem algo podre a esconder. Mas a sua defesa de Walfrido Warde é ainda mais comprometedora.
Boulos poderia inventar que não sabia que Warde era um direitista, que não sabia de nada sobre suas ligações com a Global Americans etc. No entanto, preferiu dizer que tudo isso era normal. Disse, literalmente, que “Walfrido é um amigo querido”, que o conhece “há muitos anos” e que ele “tem um grande escritório de advocacia e montou um grande instituto”. E mais: “o Walfrido, particularmente, é um cara de esquerda, do campo progressista. Escreve um livro, que eu não sei se vocês tiveram a oportunidade de ler — se não tiveram, leiam. É um dos melhores livros que desmistificou a Operação Lava Jato”.
Boulos escolheu defender Walfrido Warde para se defender. Escolheu, para não manchar sua reputação, atestar, com base em suas palavras — e nada mais — a idoneidade de seu patrono.
Pegando carona na aventura suicida de Guilherme Boulos, outros supostos esquerdistas ligados ao IREE também fizeram questão de posar junto a Walfrido Warde. No final de 2021, Juliane Furno, se disse “muito orgulhosa” e “imensamente honrada de estar no IREE”. Bruna Brelaz, na mesma época, publicou uma foto sorridente ao lado de Walfrido Warde. O problema, no entanto, é que suas palavras não são suficientes para tornar Walfrido Warde o que ele não é.
Em mais uma revelação exclusiva deste Diário, demonstramos que o “amigo” de Boulos, o “progressista” Walfrido Warde financiou a campanha de ninguém menos que… Kim Kataguiri. Isto mesmo, o fascista que impulsionou o projeto Escola sem Partido, que defende até hoje a Lava Jato e que é uma das principais figuras da ofensiva golpista.
Se Boulos escolheu morrer abraçado com Warde, agora não poderá mais soltar o braço do garoto-propaganda do MBL.