─ Sputnik News ─ O ainda premiê britânico Boris Johnson poderá no próximo ano concorrer ao cargo de secretário-geral da OTAN, escreve o The Telegraph citando membros do Comitê de Defesa do Parlamento do Reino Unido.
Segundo observa o jornal, devido à operação especial na Ucrânia, Johnson liderou a campanha política e econômica do Ocidente contra a Rússia. Além disso, segundo o antigo ministro do Brexit, David Jones, foi exatamente Boris Johnson quem influenciou a decisão da Suécia e da Finlândia de pedirem a adesão à OTAN.
Os autores do artigo enfatizam que o governo de Kiev daria apoio político a Johnson em caso de ele se candidatar ao cargo de chefe da Aliança Atlântica.
Ao mesmo tempo, outros políticos britânicos alertam que a candidatura do ex-líder do Partido Conservador à liderança da OTAN seria contestada não apenas por causa de sua reputação duvidosa, mas também por razões políticas.
“A realidade é que os secretários-gerais da OTAN são escolhidos por unanimidade. Qualquer país pode vetar. Acham que o presidente [francês] Macron concordaria com Boris Johnson no cargo de secretário-geral da OTAN?”, indagou uma fonte anônima do Parlamento britânico citada pelo jornal.
O general britânico Richard Dannatt, antigo comandante do Exército do país, disse que não poderia apoiar o ex-premiê ante os muitos escândalos em que ele tem estado envolvido.
“Receio que se trate da personalidade de Johnson, de sua falta de honestidade e confiança. Falando francamente, não queremos colocar Boris Johnson na arena internacional para mais ridicularizações. Ele é uma vergonha nacional”, disse Dannatt.
Boris Johnson anunciou em 7 de julho passado que deixaria de ser primeiro-ministro do Reino Unido após uma onda de demissões em seu governo, mas segue sendo premiê, devendo permanecer no cargo até o Partido Conservador eleger um novo líder.