O Ministério Público do Trabalho divulgou ontem (17), que as denúncias de assédio eleitoral no ambiente de trabalho cresceram 700% após o primeiro turno das eleições, passaram de 45 para 334.
Esse número de relatos já é maior que o registrado em toda a campanha eleitoral de 2018, e ainda temos mais 2 semanas antes da votação. Em 2018 em todo o período eleitoral foram recebidas apenas 212 denúncias.
As centrais sindicais criaram um portal, um canal direto para denúncias (https://assedioeleitoralecrime.com.br/) e desde o último domingo 16, já recebeu 75 relatos de assédio eleitoral no trabalho e 4 em ambientes religiosos. O relatório com um resumo de cada denúncia foi entregue ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, ontem, devemos esperar que ele puna os patrões com a mesma energia com que age com “fakenews”?
Mesmo sendo um portal, o MTP declara que não consegue fazer o acompanhamento total de registros em tempo real. Até terça-feira passada (11), eram 197 casos. Na quinta (13), o número passou para 242 e, na sexta (14), para 364. Nesta segunda, o total já chegava a 396 —45 até o primeiro turno, 289 após e 62 sigilosas.
O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, disse que uma das dificuldades enfrentadas pelo MPT é a produção de provas:
“Na hora que você faz uma denúncia anônima de que fulano de determinada empresa fez determinado ato constrangendo seus empregados, em grupo ou individualmente, você tem que provar. Qual é a melhor prova hoje? Filmagens. Que são permitidas, porque quando você filma algo que está acontecendo com você, é uma prova lícita”, explicou.