Devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho, os trabalhadores rodoviários norte-americanos estavam prestes a fazer uma greve estrondosa, que afetaria todo o país. Entretanto, uma coisa dessas não pode ser tolerada na maior economia do mundo, ainda mais na situação de crise em que se encontra o imperialismo dos Estados Unidos, e com a já prejudicada imagem de Biden.
Dito isso, em conjunto com os sindicatos pelegos do país, Joe Biden passou a perna nos ferroviários e “chegou em um acordo”, com a proposta de que os novos contratos terão um reajuste de 24%, distribuídos ao longo dos próximos cinco anos, além de compensações financeiras pagas na assinatura do acordo. A proposta ainda precisa ser analisada pelos sindicalistas, e os trabalhadores prometeram não fazer nenhuma greve enquanto isso não for feito.
É evidente que isso é um absurdo. Primeiro, uma greve serve para incomodar, chacoalhar o governo e, dependendo das circunstâncias, até mesmo o regime por completo. Meras migalhas não deveriam ser o suficiente para paralisar a categoria, que estava disposta a simplesmente parar o país.
Além disso, Biden ainda teve a pachorra de declarar que: “O acordo é uma validação do que sempre acreditamos, que sindicatos e as empresas podem trabalhar juntos para o benefício de todos. Essa é uma vitória para dezenas de milhares de trabalhadores ferroviários, para a sua dignidade e para a dignidade de seu trabalho.“
Nada disso é um trabalho em conjunto, mas sim uma imposição da burguesia. Não tem nada de digno em aceitar migalhas quando se tem a oportunidade de tremer o país mais importante e terrorista do mundo.