Depois dos banqueiros permanecerem, em mesa de negociação com as entidades de luta dos trabalhadores bancários, no processo negocial em manter a proposta de rebaixamento dos salários dos bancários, quando propõem em reajustar em 75,8% do índice de inflação, com uma perda de 2% nos salários, a categoria, em assembleias em todo o país, decidiu rejeitar a proposta por quase unanimidade, ou seja, 98,47% dos participantes das assembleias votaram em rejeitar as migalhas caídas das mesas de negociações dos banqueiros.
O arrocho salarial imposto pelas diversas medidas do governo golpista, o aumento desenfreado dos preços dos produtos alimentícios, gás de cozinha, combustíveis, higiene, vestiário etc., o número recorde de desempregados e de miseráveis, colocam em evidência a dimensão da ofensiva reacionária da direita golpista que, logo depois do golpe de 2016 desfechou um ataque sem precedentes à classe trabalhadora e na população em geral. Não se trata de uma ofensiva de caráter episódico, mas sim da ação de um governo pró-imperialista e antioperário, num plano de desvalorização da força de trabalho nacional.
Este violentíssimo ataque contra as massas tende, portanto, a se intensificar provocando uma queda ainda mais profunda nos salários.
É claro que os banqueiros, da mesma forma que os demais grandes capitalistas, pretendem arrochar os salários para que, com isso, aumentem os seus já fabulosos lucros.
A categoria bancária vem sistematicamente sendo penalizada, ao longo dos anos, com um violento arrocho salarial. Para que os bancários pudessem recuperar o seu poder aquisitivo, teriam que reajustar os seus salários em, pelo menos, 100%.
Segundo estudo do Dieese (Departamento de Estatística e Estudos Sócio Econômico), para que uma família de trabalhadores (dois adultos e duas crianças) poder ter as suas mínimas necessidades satisfeitas, o salário mínimo deve ser de cerca de R$ 6.500. Ao contrário disso, o que se verifica é que o salário de ingresso de um bancário passa um pouco mais do que 2 mil reais, um verdadeiro absurdo.
Enquanto que os bancários comem o pão que o diabo amassou, para poder sobreviver, os banqueiros, uma ínfima camada da população, lucra os tubos, em detrimento ao sofrimento dos trabalhadores e de toda a população.
Mesmo sendo a reivindicação extremamente rebaixada, devida a política de capitulação das direções sindicais, (inflação mais 5% de ganho real), os banqueiros se mantém intransigentes em reajustar os salários, nesses patamares já ultra rebaixados e, pretendem arrochar, ainda mais, os salários com o objetivo de manter os privilégios de meia dúzia de parasitas, que vivem às custas do suor de milhões de trabalhadores.
Portanto, nesta campanha salarial é necessário que os bancários reivindiquem a reposição de todas as perdas. Não se trata de fixar simplesmente a reivindicação de reajuste salarial em inflação + 5% de ganho real, mas sim de estabelecer um efetivo combate à política entreguista e contra os trabalhadores dos banqueiros e seu governo, em defesa dos salários da categoria.
É preciso que, desde já, se comesse a organizar o combate. A categoria, em assembleia, rejeitou a proposta dos banqueiros, cabe às direções de luta da categoria organizar uma gigantesca mobilização e preparar a greve nacional, por tempo indeterminado, dos bancários até que as suas reivindicações fundamentais sejam atendidas.




