Em Munique, na Alemanha, moradores protestaram contra a inflação, o aumento dos preços e as políticas econômicas do governo Scholz. Os protestos de novembro foram convocados por grupos de esquerda e movimentos ambientalistas e milhares de pessoas participaram. Nos protestos desse sábado (17), no início da noite, os manifestantes levavam as lanternas dos celulares acesas e faziam bastante barulho. Os protestos foram marcados tão logo foi divulgada a taxa de inflação pelo instituto IFO (Instituto de Pesquisa Econômica Alemão).
Na Alemanha, em novembro, a taxa de inflação (aumento geral de preços de bens e serviços) foi recorde chegando a 10% em termos anuais, como foi informado pelo Departamento Federal de Estatística Alemão (Destatis), em dezembro (13), confirmando sua estimativa anterior. Essa é apenas uma ligeira desaceleração em relação a outubro, que atingiu seu nível mais alto em sete décadas, chegando a 10,4%.

Apesar de um leve relaxamento de preços, aumentos não param de acontecer
Desde o início da operação russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, os preços da energia e dos alimentos subiram de forma especialmente perceptível e continuam a afetar significativamente o nível da inflação. O custo da energia em novembro foi 38,7%, maior do que no mesmo mês do ano anterior, e os preços dos alimentos subiram 21,1%. Deste modo, a inflação de alimentos mais que dobrou a taxa geral de crescimento dos preços.

Os lares alemães pagam energia mais cara que os outros imóveis e quem consome menos energia paga mais impostos, como observado na figura. Não tem para onde fugir senão às manifestações de rua. Na guerra da burguesia imperialista contra a Rússia, quem paga a conta é o trabalhador alemão.
A burguesia como sempre gasta menos e cobra mais
“Parece que as empresas de alguns setores da economia aproveitaram o aumento dos preços para aumentar os lucros. Isso se aplica principalmente ao comércio, à agricultura e à indústria da construção”, disse o professor Ragnitz do IFO, em dezembro (13)
Entre os que tentam lucrar com a inflação, ele também lista a hotelaria e restauração, a indústria de transportes, a indústria madeireira e a pesca.
“Os preços são inflados artificialmente por comerciantes, fazendeiros e construtores”
Tendência de protestos
O cinto ainda não está completamente apertado na questão do aumento dos preços, mas a insatisfação tende a crescer dada a voracidade da burguesia alemã. Apesar da deflação que baixou um pouco os preços as tendências divulgadas são de crescimento da inflação.

Os alemães conhecem a brutalidade do Estado burguês para com a classe trabalhadora e ainda estão fazendo pouca agitação neste último protesto. A tendência é de aumento de manifestações, o que enfraqueceria ainda mais a polaridade para o imperialismo.