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Um balanço

Atos de 9/4: a política de sabotagem e a política de luta

Os atos de 9 de abril puseram em evidência novamente a existência de duas políticas dentro da esquerda. Apenas uma favorece a candidatura de Lula

Convocadas pela direção do movimento Fora Bolsonaro, foram realizadas manifestações de rua em várias cidades do país no último dia 9 de abril. As manifestações evidenciaram mais uma vez as duas políticas fundamentais que vigoram dentro da esquerda nacional atualmente.

De um lado, temos a política capituladora e oportunista das direções do movimento. Uma política que seria melhor definida se fosse chamada de política de sabotagem das manifestações. Trata-se da política de frente ampla, aquela que prega e defende acordos com a direita golpista e que quer contrabandear tais setores para dentro das manifestações de rua. 

Essa política deu a tônica dominante dos atos. Em todas as cidades onde ocorreram, os atos foram numericamente inexpressivos. Em São Paulo, não reuniu mais do que 2000 manifestantes. Nas outras capitais do país, apenas algumas poucas centenas, no melhor dos casos, participaram dos atos. 

Esse resultado não tem nada de surpreendente. Ao invés de convocar amplamente uma grande manifestação, apostar nas tendências cada vez mais explícitas de mobilização do povo para realizar um enorme ato político, as direções do movimento fizeram exatamente o contrário. 

Transformaram as cores da convocação do ato em verde e amarelo. Tiraram o vermelho de luta da esquerda para introduzir as cores dos bolsonaristas e dos coxinhas do PSDB. Substituíram a palavra de ordem combativa de “Fora Bolsonaro” pela eleitoreira e intencionalmente confusa “Bolsonaro nunca mais”. Ou seja, ao invés de chamar uma mobilização para derrubar Bolsonaro na marra e com ele todos os golpistas, incluindo o PSDB e seus aliados, chamaram um ato desidratado, que sequer teria condições de cumprir os mais mesquinhos fins eleitorais.
A convocação das manifestações foi praticamente inexistente. Os chamados para os atos foram vistos em pouquíssimos lugares. Mesmo na internet e nas redes sociais, o destaque foi diminuto. Na maior cidade do país, São Paulo, para piorar, ao invés de fazer o ato na Avenida Paulista, os geniais dirigentes do movimento convocaram o ato para a Praça da República, uma clara manobra para esvaziá-lo.

Atos esvaziados, inexpressivos, com palavras de ordem confusas e eleitoreiras, com reivindicações abstratas e sem correspondência com as tendências de luta ― essa é a consequência necessária da política da sabotagem, a política da esquerda frenteamplista cuja função é transformar toda e qualquer manifestação de luta dos trabalhadores e do povo num comício eleitoral da terceira via. É a política que aposta numa campanha eleitoral morna, ou melhor, a frio: sem povo na rua, sem mobilizações de massas, sem as reivindicações fundamentais da classe operária e dos oprimidos. 

Mas, embora essa política tenha definido o caráter geral dos atos de 9 de abril, não é possível esconder que uma outra política também estava presente nas manifestações ― uma política de luta, que aposta na mobilização do povo, com os métodos do povo, uma política que faz do vermelho a sua cor e que levanta sem rodeios as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Lula Presidente. É a política capitaneada pelo Bloco Vermelho, composto pelo PCO, pelos Comitês de Luta, por militantes de base do PT e de outras organizações de luta do povo pobre e explorado. 

Essa segunda política pontua enfaticamente que a vitória de Lula nas eleições deste ano depende de maneira umbilical de um amplo movimento de luta, combativo, feito nas ruas, nas fábricas, nos bairros, escolas e universidades, em defesa de sua candidatura. Ao mesmo tempo, destaca que uma campanha eleitoral fria, submetida inteiramente ao calendário eleitoral e aos ditames do regime político saído do golpe de Estado de 2016, não favorecerá Lula, mas sim o candidato da Terceira Via, isto é, o candidato da direita golpista que a burguesia imperialista trabalha para emplacar.

Quem defende a candidatura de Lula e atua pela sua vitória em 2022 não pode vacilar diante das duas políticas que se digladiam dentro da esquerda. Em defesa de Lula Presidente, é preciso superar a política de sabotagem e levar adiante uma política efetivamente de luta, uma política independente da burguesia, uma política classista. A política de sabotagem dos atos é uma política inimiga da candidatura de Lula.  

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