Perseguição a todo o custo

Até quando elogia, Casagrande ataca Neymar e a Seleção

O cravo e a ferradura de Casagrande e suas receitas e conselhos que jogam contra o futebol brasileiro

O ex-jogador e agora comentarista e colunista do Uol/Folha de S. Paulo, Walter Casagrande Jr, parece estar cumprindo mesmo um serviço sujo para os detratores do futebol brasileiro. Não é novidade, e já explicamos muitas vezes neste Diário, que a imprensa nacional, guiada pelos interesses imperialistas, esteja voltada a atacar a Seleção Brasileira. O Uol em particular contratou um time de colunistas que passaram a Copa toda encontrando todo e qualquer defeito real ou imaginário para atacar os jogadores. Não há dúvidas: é uma imprensa a serviço do imperialismo europeu contra o Brasil.

E Casagrande provou mais uma vez que o objetivo é atacar os jogadores e o futebol brasileiro do jeito que for possível. Como comentarista esportivo, Casagrande tem a filosofia do zagueiro de torneio da cana: ele dá a botinada na bola para onde o nariz apontar. Mas seu jogo não é apenas feio, é sujo.

No dia 13 de dezembro, em vídeo no canal do Uol, Casagrande voltou a atacar Neymar, mas dessa vez de um jeito muito peculiar. Ele elogia o jogador brasileiro para depois dizer que não deveria ser convocado novamente.

Uma no cravo

Antes de explicar mais essa ideia “genial” do jornalismo brasileiro, é bom lembrar como se comportou Casagrande antes e durante os primeiros jogos da Copa. Casagrande procurou todos os motivos para falar mal de Neymar. Apenas para citar alguns exemplos, ainda em 2021, Casagrande afirmou que Tite “deveria insistir na preparação para a Copa com uma formação sem o Neymar, principalmente nos dois últimos jogos das eliminatórias. Não tenho confiança no desempenho dele na Copa do Mundo. Talvez o Tite precisará desse modelo para chegarmos à final”. Ainda bem que Tite não ouviu Casagrande, já que Neymar foi – e veremos que o próprio Casagrande concorda com isso – apesar da desclassificação, essencial para o time brasileiro.

Quando Neymar, o melhor jogador brasileiro, foi convocado, Casagrande afirmou que Neymar “tem que decidir se vai ser jogador da seleção brasileira ou ser celebridade. Se ele decidir ser jogador de futebol, já é um grande passo. Se ele decidir ficar pintando o cabelo, se jogar no chão para chamar atenção, pular toda hora que alguém encostar nele, igual fez em 2018, não vai dar em nada. Eu acho o seguinte: Neymar é infantil”.

Vejam que as receitas e os conselhos apresentados por Casagrande antes da Copa. Veremos que – e o próprio Casagrande concorda com isso – que essas receitas estavam todas erradas.

Quando a Copa começou, Casagrande também não poupou Neymar, omitindo a realidade do primeiro jogo contra a Sérvia, quando Neymar teve participação fundamental no primeiro gol que serviu para abrir a retranca adversária, Casagrande falou o absurdo de que Neymar não jogou nada.

Esses exemplos são importante para entender a nova grande argumentação e o novo grande conselho de Casagrande: “Neymar não deveria voltar para a Seleção”. Mas antes de falar isso, Casagrande até elogia Neymar:

“Era uma questão muito desconfortável para o Neymar como comportamento. Ele se comportou bem, tentou jogar. Foi para o jogo contra a Croácia e marcou um golaço, mas o Brasil foi eliminado. No geral profissionalmente ele foi ok, foi bem”

Esse e outros elogios a Neymar poderiam mostrar que Casagrande admitiu ter “queimado a língua”. Neymar jogou bem e se “comportou bem” contrariando o que tudo o que Casagrande afirmou. Mas não é assim.

Outra na ferradura

Na verdade, os elogios de Casagrande é puro oportunismo. Ficou tão óbvio que Neymar foi essencial para o time, que ele jogou bem, que ele jogou para o coletivo, que ele “deu o sangue” como se diz no futebol que Casagrande não consegue negar isso. E diante de toda essa obviedade, que contraria frontalmente tudo o que Casagrande falou até agora, restou ao comentarista inventar qualquer motivo para falar mal de Neymar:

“Não tem que continuar. Tem que começar do zero. É influência negativa da geração anterior. Temos que formar uma nova geração de jogadores de futebol como cidadãos. Pode colocar Casemiro e Marquinhos na transição. Eles podem ajudar na formação de uma nova geração de cidadão brasileiro jogador de futebol”

Como dissemos logo no início deste texto, tudo é motivo para atacar os jogadores brasileiros, o futebol brasileiro e Neymar. Casagrande elogia, mas critica. A grande lógica de Casagrande: “Neymar, melhor jogador brasileiro, jogou bem na Copa, mas não deve voltar para a Seleção”. O comentarista tira da cartola um argumento que sequer faz sentido. Se Neymar jogou e se comportou bem, como o próprio Casagrande admite, qual seria a “influência negativa?

Mais ainda, o que significa “começar do zero”? Casagrande esqueceu que o futebol brasileiro existe há mais de cem anos. São argumentos totalmente sem lógica que servem tão somente para atacar o futebol e Neymar.

E depois de ver todos os seus conselhos e receitas genais serem desmentidos pelo futebol na Copa, Casagrande insiste em novo conselho, dessa vez no campo da moralidade. Ele quer “jogadores de futebol cidadãos”. Devemos admitir a beleza dessas palavras, elas tocam em nossas corações. Casagrande propõe convocar “cidadãos”.

Ele não sabe e nem perde tempo de explicar o que seriam esses “cidadãos”. Antes de mais nada, é preciso dizer que não é elegante chamar os jogadores de “não cidadãos”, Casagrande deveria se colocar no lugar dele e parar de julgar moralmente as pessoas, as boas maneiras dizem que isso não é elegante.

Quem vence a Copa são os craques, não os “cidadãos”

Mas deveríamos então perguntar: quem ganha Copa são “cidadãos” ou bons jogadores de futebol? Nem precisamos responder. A proposta de Casagrande é ridícula. Vale falar qualquer coisa desde que seja para detratar o futebol brasileiro. Não à toa, Casagrande acha os técnicos estrangeiros melhores e defende o italiano Ancelotti para técnico da Seleção. Ele deveria explicar por que, se a Itália tem técnicos tão bons, sua seleção não participa da Copa há duas edições.

Se por cidadãos Casagrande quer dizer pessoas de “bom comportamento”, seja lá o que isso significa, alguém deveria lembrá-lo que o Brasil não foi pentacampeão com esse tipo de jogador. Romário seria um “cidadão”? E Ronaldo? E Ronaldinho Gaúcho? E Garrincha? Pelé? Da nossa parte, todos esses foram gênios e é isso o que importa, nem concordamos com os ataques pessoas contra eles. Mas se levarmos em conta o ponto de vista de Casagrande, todos eles foram acusados de “não serem cidadãos”, seja lá o que quer dizer isso. E o jogador Casagrande, convocado para a Copa de 1986, era “bom cidadão”? Deixamos aqui para as pessoas responderem, já que diferente do comentarista Casagrande, não nos importa o moralismo, mas o futebol.

Por fim, ainda é preciso falar uma coisa sobre o último conselho de Casagrande. O pior erro que a CBF poderia cometer era “começar do zero”. Se fosse possível, sabemos que não é tão simples assim, a Seleção deveria manter a maior parte dos jogadores dessa Copa para a próxima. A Seleção precisa de jogadores com experiência, capazes de aumentar a pressão, as maracutaias da arbitragem.

Os jogadores não precisam ser “cidadãos”, eles precisam ter consciência do que acontece na Seleção, os interesses políticos e econômicos envolvidos. Eles precisam saber que a imprensa brasileira está voltada a atacar os jogadores, portanto, resistir à enorme pressão. Para ter essa consciência, a experiência é muito importante.

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