Todas as quintas-feiras, às 18 horas, na Causa Operária TV (Canal Reserva), o “Tição – programa de preto” entra no ar, ao vivo, trazendo os importantes debates do movimento de luta do povo negro. As pautas elaboradas por militantes do “Coletivo de Negros – João Cândido” trazem conteúdos de polêmicas, também de história e cultura, além de notícias nacionais e internacionais. O programa apresenta a situação dos negros na sociedade e a luta por sua emancipação através de uma perspectiva marxista.
Na última exibição, realizada excepcionalmente às 19 horas, o tema principal do programa foi “A luta do negro operário e do negro pequeno-burguês”, debatido em atividade promovida pelo coletivo de negros do PCO no último 27 de novembro, “Dia de Luta do Povo Negro”, pelos companheiros Antônio Carlos Silva (membro da Executiva Nacional do PCO e coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária) e Juliano Lopes (membro da direção e coordenador nacional do partido).
Sobre esse tema, destacou-se que negro pequeno-burguês defende a tese de que a luta de seu povo seria por ascensão social individual. Isto é, na medida em que mais negros fossem eleitos deputados, ou que mais negros se tornassem professores de universidade, ou ainda que mais negros ocupassem postos de chefia nos ambientes de trabalho, isso resultaria numa melhor condição para o negro de conjunto. Evidentemente que essa ideia não encontra nenhum respaldo na realidade como vemos nos Estado Unidos, por exemplo, que continuou oprimindo outros povos e a também a população negra norte-americana mesmo tendo como presidente Barak Obama e agora a vice-presidente Kamala Harris. O fato de serem negros não resultou em nenhuma melhora, muito pelo contrário, intensificou as contradições existentes. Há inúmeros casos que retratam essa farsa, a ascensão social não garante nem mesmo aos negros que a conquistaram os mesmos direitos que o restante da população possui. Se trata de uma tese sem pé nem cabeça a defesa de que seria possível alguma melhora para os setores oprimidos justamente na fase decadente do capitalismo, o imperialismo, onde a exploração do conjunto da população aumenta ainda mais. O negro pequeno-burguês não defende um programa por reivindicações concretas, não luta pelo fim de toda repressão estatal e pela garantia das condições materiais de vida do seu povo, em vez disso, busca se juntar à classe dominante para pequenos privilégios.
O programa apresentou também a história de Rosa Parks, que foi presa por se negar a conceder o assento do ônibus em 1955, na cidade de Montgomery (Alabama/Estados Unidos). A prisão de Parks, que se tornaria símbolo do movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA, fez irromper uma poderosa greve comandada por Martin Luther King Jr. Depois de mais de um ano de boicote aos transportes públicos, que estava levando as empresas de ônibus à falência, a Suprema Corte dos EUA considerou as leis locais de segregação racial anticonstitucionais.
Sobre cultura, foi denunciado a perversão identitária do Prêmio Jabuti, um dos mais tradicionais eventos de premiação de escritores e de profissionais envolvidos na produção de livros no Brasil.
No quadro de notícias nacionais, estiveram em pauta a chacina promovida pelo esquadrão da morte das polícias civil e militar no complexo de favelas da Maré (Rio de Janeiro, capital) no último 25 de novembro e, também, a preparação da absolvição dos algozes do massacre da favela do Jacarezinho (Rio de Janeiro, capital) pelo judiciário.
A notícia internacional trazida, no último programa, foi o primeiro crescimento negativo do salário-mínimo médio global neste século, isso em decorrência da grande crise inflacionária. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a queda de quase 1% no semestre de 2022 ameaça intensificar as desigualdades e gerar agitação social.
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