Enquanto Bolsonaro coloca-se em cima do muro diante dos acontecimentos na Ucrânia para proteger os fertilizantes dos latifundiários, a Argentina, recentemente, assinou um acordo com a China para incorporação da Rota da Seda; projeto econômico ousado que tem como objetivo bater de frente com a atual geopolítica unipolar, liderada pelos Estados Unidos.
Os acordos incluem: economia digital, tecnologia e inovação, agricultura, ciências e energia nuclear. Além disso, Xi Jinping disse que a China está disposta a viabilizar projetos para canalizar direitos especiais de saque junto ao FMI. Alberto Fernández disse que “a decisão da China, de incentivar um maior uso de moedas nacionais no comércio e investimento, e de apoiar a demanda da Argentina pela revisão da política de sobretaxa do FMI, são avanços cruciais”. Neste acordo a Argentina receberá financiamento em duas parcelas, uma inicial de 14 bilhões de dólares, divididos em dez projetos de infraestrutura e a segunda de 9,7 bilhões.
A China e a Argentina firmam acordos projetando um futuro geopolítico multipolar, onde os países ajudam um ao outro, sem tirar vantagens econômicas e militares. O país asiático diz que seus investimentos na Argentina serão focados para setores estratégicos: energia e eletromobilidade. Com isso, a China torna-se o primeiro país fora do MERCOSUL a fazer acordo com a Argentina.
O gigante asiático, com esta parceria consolida ainda mais sua presença dentro da América Latina. Essa presença e a inclusão de uma diplomacia multipolar preocupa o imperialismo, que há 2 séculos vem perpetuando sua diplomacia com acordos maléficos dentro do sul globalizado. Isso nos mostra a crise que o imperialismo vem passando, depois de influenciar governos párias, depredando com golpes as economias dos países, agora o império começa a perder sua presença naquilo que eles chamam de quintal.
Essa aproximação da China com a América Latina foi causada pela política isolacionista de Donald Trump. Enquanto ele isolava os Estados Unidos do mundo globalizado, a China criava caminhos de aproximação com outros países. Hoje, sem Trump no poder, sobrou somente o seu pária aqui no Brasil, isolado diante de um possível crescimento progressista na América Latina. Recentemente o inepto Presidente do Brasil se aproximou de Putin e teve que se colocar fora das criticas do mundo ocidental contra a Rússia. A atitude deste despresidente foi uma mera situação regionalista para defender o poder dos velhos latifundiários do país, nada que realmente traga algo de relevante para o país e muito menos que nos coloque como peças principais na geopolítica multipolar. Portanto, continuamos sendo párias regionais e até mesmo submissos a uma nova concepção de mundo.
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