Depois de vários alarmes falsos nas redes sociais, enfim a morte do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho se confirmou. A informação foi confirmada por sua família na madrugada de ontem (25).
A morte do guru de extrema-direita trouxe à tona uma propaganda reacionária da imprensa burguesa contra as chamadas “fake news” e as tais “teorias da conspiração”. Segundo circula nos grandes jornais, Olavo de Carvalho seria um sujeito excêntrico, parte de um grupo de pessoas alopradas que teriam como missão na terra destruir todo o bom senso da atividade jornalística. É como se antes de Olavo de Carvalho e de seus seguidores, como Lobão, Damares Alves, Marco Feliciano e Ernesto Araújo, o mundo vivesse na mais perfeita civilidade, sem mentiras, sem fofocas, sem calúnias, sem qualquer tipo de manipulação.
Acontece que quem mais se dedicou a destacar a “excentricidade” de Olavo de Carvalho e quem mais se mostrou preocupada com suas “mentiras” foi ninguém menos que a maior indústria de mentiras que a humanidade já conheceu: a imprensa capitalista. A Rede Globo, que atacou o PT durante os anos de preparação do golpe de Estado sem qualquer direito de resposta ou retratação, é quem se diz “escandalizada” com Olavo de Carvalho e com a extrema-direita. A revista Veja, que teve a cara de pau de estampar em suas capas, no dia da eleição, que Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula “sabiam de tudo”, também se diz contra as “fake news”.
Olavo de Carvalho é um mentiroso? Sim, como habitualmente são todos os líderes de extrema-direita. No entanto, o momento em que suas mentiras causaram um verdadeiro dano na política nacional foi justamente quando receberam o apoio da imprensa golpista. Foi quando a burguesia preparava o golpe de 2016, que começou a dar espaço para todo tipo de direitista — o programa Roda Viva, por exemplo, era apresentado pelo fascista Augusto Nunes —, que Olavo de Carvalho foi verdadeiramente projetado.
Quando a burguesia contesta as “mentiras” de Olavo de Carvalho, portanto, está apenas em campanha não contra a mentira, mas sim para censurar tudo aquilo que for considerado como mentiroso. E o que é mentiroso nunca vão ser as manchetes do Jornal Nacional ou da Veja, mas sim aquilo que a Globo queira censurar. Quando conveniente, se dizem contra as supostas “mentiras” da extrema-direita. No entanto, quem mais tem a perder com isso é a esquerda, a maior interessada em denunciar tudo aquilo que a direita quer esconder.