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Esquerda "plim plim"

Antes a esquerda queria o fim da Globo, hoje a idolatra

Concessão do monopólio dos Marinho termina em 5 de outubro e aqueles que pediam a sua cassação no passado, hoje são os maiores defensores do grupo

Quando eleita em 2014, uma das principais cenas que marcaram a comemoração da vitória de Dilma Rousseff foram os gritos da população de “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. O canto sendo transmitido ao vivo em pleno horário nobre da empresa não pôde ser abafado, causando constrangimento nos repórteres e deixando claro a partir deste momento o embate político que existia entre as forças golpistas, com fundamental apoio da Rede Globo, e o governo eleito.

A porta-voz do golpe e do imperialismo

A impopularidade da rede de televisão apenas aumentou com o golpe de Estado. Convocando os atos golpistas e servindo de propaganda para o golpe, a Rede Globo foi peça chave na derrubada de Dilma Rousseff, tornando-se uma das mais destacadas inimigas do povo brasileiro. Desde então a revolta contra a Globo aumentou, por muito se falou em revogar a concessão antidemocrática feita à família Marinho, que detém há décadas o maior monopólio do rádio e televisão no Brasil. No entanto, nas vésperas do fim da concessão pública feita à Globo, para ocorrer no dia cinco de outubro, o debate sumiu do programa da esquerda brasileira, que em meio às eleições decidiu ser a principal aliada da rede golpista.

Enquanto a extrema-direita encabeçada por Jair Bolsonaro decidiu se colocar como os representantes da luta “anti-sistema”, demagogicamente atacando a Rede Globo e a jornalista Vera Magalhães, uma das principais articulistas na imprensa burguesa do golpe de Estado, a esquerda brasileira, e ainda mais o PT, decidiu por defender a jornalista e a rede da família Marinho, esquecendo totalmente quem é Vera Magalhães.

Quem é Vera Magalhães?

Desde antes da eleição de 2014, a Rede Globo dedicou todo seu tempo para atacar os governos do PT e promover a política do golpe de Estado. Em meio a isto, uma das principais jornalistas da Globo e TV Cultura, Vera Magalhães, tornou-se destaque na campanha golpista, protagonizando um dos principais “escândalos” do mensalão quando supostamente flagrou o ministro do STF Lewandowski conversando com o irmão por telefone, em um restaurante em Brasília. Segundo Vera, o ministro teria falado que procurava aliviar os ataques feitos ao então Ministro-Chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Uma década depois, a “vítima” Vera Magalhães participou diretamente da campanha que elegeu Jair Bolsonaro. Vera também é a típica jornalista da imprensa golpista, tendo passagens pela Veja, Jovem Pan, Estadão, Folha de São Paulo, etc. Tornando os ataques feitos por Bolsonaro e o deputado Douglas Garcia, apenas um fato de comum acordo com todos os trabalhadores brasileiros.

Dessa forma, a esquerda se juntou na campanha de defender as “instituições” golpistas, assim como a própria imprensa golpista contra as falas demagógicas da extrema-direita. Ao defender Vera Magalhães e a Rede Globo, a esquerda de conjunto se coloca ao lado do seu maior inimigo, do principal e mais poderoso setor da burguesia, que mais que a extrema-direita, quer esmagar Lula e os trabalhadores a todo custo.

É preciso por um fim na concessão da Rede Globo!

No dia cinco de outubro, o vencimento da concessão feita à Rede Globo ocorrerá, porém apenas o Partido da Causa Operária vem colocando em destaque este problema fundamental. A esquerda permitirá mais 15 anos de existência de uma das mais antidemocráticas e golpistas redes de rádio e televisão existentes? Com a política atual seguida pela esquerda pequeno-burguesa, sim.

A atitude presente nos demais partidos da esquerda revela a inexistência de uma política própria, se colocando à reboque da Rede Globo e da própria burguesia golpista. A defesa da Globo é a defesa do golpe de Estado, daqueles que promoveram a ditadura militar, os candidatos da burguesia durante todas as últimas décadas, dos responsáveis por derrubar Dilma, prender Lula e eleger Bolsonaro.

Defender a Globo não é democrático, democrático é defender o fim da concessão dada pelo Estado para este monopólio controlado pelo imperialismo. Uma rede de rádio e televisão democrática, não pode estar na mão de uma família, mas sim das organizações populares, dos trabalhadores, dos sindicatos, etc.

A Rede Globo nada mais é que a imprensa porta-voz do imperialismo no Brasil. Uma família que controla a vida de milhões de brasileiros, uma verdadeira ditadura criminosa contra todo o povo.

É necessário neste mês de outubro recolocar a política de fim da concessão da Rede Globo. Para derrotar o golpe e o imperialismo, é preciso democratizar a imprensa brasileira, acabar com o controle ditatorial da família Marinho e outras poucas famílias que detêm em suas mãos toda a “verdade” no país.

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