Ao contrário do que tem propagado a imprensa capitalista, a Ucrânia não consegue resistir à ofensiva russa em território nazi-ucraniano, que levou a uma operação cirúrgica que permitiu a evacuação de 3 milhões de pessoas por corredores na Polônia e cerca de 3 milhões de russos retirados das frentes de batalha no Donbass, que migraram para a Rússia. A Ucrânia vai se tornando um território fantasma, agonizando e pedindo ajuda, desesperadamente, aos traidores da OTAN.
Esta análise terá dois componentes: a doutrina russa e a evolução tática no território nazi-ucraniano, que envolve a apresentação dos mapas da operação russa de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, bem como o socorro aos civis, especialmente os russos-étnicos das Repúblicas do Donbass, restaurando sua total soberania.
Para a precisão da Rússia colaboram, além da tradição militar de poder terrestre, as operações a partir de um conjunto de doutrinas militares, isto é, um conjunto de ideias que incluem, além da guerra propriamente dita, os seguintes elementos: Campanha militar; Tática; Estratégia; Sistema Operacional; Logística.
Duas doutrinas correlatas estão ocorrendo neste momento, na guerra contra o nazismo: a revolucionária Doutrina denominada Operação Profunda, vencedora da Segunda Guerra Mundial e a Doutrina Gerasimov, General que atualmente é Vice-Primeiro Ministro da Defesa da Rússia, que elaborou a arte da guerra não-convencional e assimétrica.
Como funciona a Operação Profunda?
A Operação Profunda consiste no encaminhamento de escalões em linhas ou frentes que se organizam a cada 25 km de distância, em cada regimento. Encaminha-se um primeiro escalão defensivo, considerado defensivo, baseado em tanques e suprimentos levados por caminhões, depois encaminha um segundo escalão de ruptura com homens que farão a frente de luta, sempre evitando as batalhas de encontro, que são batalhas corpo a corpo.
Ocorre que a Rússia e Ucrânia dividiram o mesmo território até 1991, o que dá forte vantagem à Rússia em relação à OTAN, que embora tenha conhecimento da Ucrânia por meio de satélites e espionagem, não tem o conhecimento geográfico de campo suficiente para enfrentar a Rússia, por isso a imprensa tenta irromper o poder terrestre russo por sanções e campanha contra Vladimir Putin e o povo.
Considerando o conhecimento profundo do território ucraniano, os russos estão em vantagem neste momento, pois a OTAN teria que utilizar as únicas abordagens conhecidas pelo bloco militar: o poder aéreo e o marítimo. No primeiro caso, existem riscos enormes como ficou demonstrado na derrubada do MIG 29 ucraniano na semana passada por uma bateria da geração de mísseis S-400. As demais gerações de mísseis estão devidamente preparadas em uma segunda linha, caso seja necessário seu uso. A abordagem aérea da OTAN geraria perdas enormes e aumento dos protestos contra o bloco de guerra.
No caso do poder marítimo, a OTAN não dispõe de navios quebra-gelos para cercar a Rússia pelo Ártico, e o envio de navios e fragatas no Mar Negro seria um suicídio, assim como ocorreu em 2021 quando um navio de bandeira britânica fez manobras de reconhecimento do terreno e foi bombardeado pelos russos, que lançaram sinalizadores para dispersão do navio, quase o afundando.
Ao contrário das doutrinas norte-americanas, que se baseiam no poder aéreo e poder marítimo, os russos dominam o poder terrestre, e, obviamente, o território eurasiático. Todo o processo operacional russo é organizado para a organização de táticas que evitem as batalhas de encontro, utilizado somente em casos de resistência sem organização, como é a atabalhoada operação dos exércitos ucranianos que desertam dia após dia.
Ao detalhe da operação em um esquema simplificado: O primeiro escalão funciona como um escudo para que o segundo escalão faça a ruptura, conforme as figuras a seguir:
Com base nessa formação, a Rússia vem atuando, levantando especulações sobre sua capacidade de extensão e comboios supostamente parados nas estradas ucranianas. O processo de parada nas estradas e o avanço mais lento serve a uma operação mais cirúrgica e permissão à evacuação, enquanto os escalões de ruptura vão avançando em busca dos milicianos nazistas.
A Doutrina Gerasimov
O atual Chefe das Forças Armadas, Valery Vasilyevich Gerasimov, militar graduado na União Soviética e atuante no soviete de Kazan e maior estrategista militar contemporâneo. Sua Doutrina, apelidada de Doutrina Gerasimov, foi importada pelos Estados Unidos na forma da famigerada “hibrid warfare” (ou Guerra Híbrida), mal traduzida ou adaptada para finalidades escusas na abordagem não-convencional de guerra. A tradução foi publicado como: “The Value of Science Is in the Foresight New Challenges Demand Rethinking the Forms and Methods of Carrying out Combat Operations”, na Revista Military-Industrial Kurier, 27 February 2013.1 Translated from Russian 21 June 2014 by Robert Coalson, editor, Central News, Radio Free Europe/Radio Liberty.
Originalmente, o que Gerasimov fez as bases da guerra defensiva russa por intermédio de multimeios, especialmente em uma ampla abordagem operacional psicológica, com o intuito de superação da avalanche de “revoluções coloridas”, que sucederam durante as Primaveras Árabes, que eram uma segunda onda de levantes que atingiriam a Rússia. Com a forte aplicação da Doutrina, Gerasimov entrou na lista de sanções europeias em 2014, acusado de ter ordenado o ataque ao Boeing derrubado durante o conflito na Crimeia.
Em realidade, a Doutrina Gerasimov é uma forma não-linear ou assimétrica de guerra, onde a tática defensiva envolve o uso de uma disciplina diplomática e respostas visíveis do aparato militar russo, escalando e de-escalando conflitos, de modo a superar a tentativa permanente de invasão e balcanização da Rússia.
Exemplos de hoje no campo: briefing do Ministério da Defesa, 18 de março de 2022
As informações apresentadas pelo Ministério da Defesa da Rússia dão a dimensão da campanha em território nazi-ucraíno, com um panorama geral dos armamentos utilizados, cerca de menos de 2% da capacidade total que apresentaremos na semana que vem, em comparativo com a Ucrânia e Estados Unidos.
- As Forças Armadas da Federação Russa, continuando sua ofensiva bem sucedida, avançaram a uma profundidade de 6 quilômetros em um dia e alcançaram a linha Novoukrainka, Shakhterskoe. Unidades da Milícia Popular da República de Lugansk, desenvolvendo a ofensiva nos bairros orientais de Severodonetsk, encravadas nas defesas inimigas por 2 quilômetros.
- Na manhã de 18 de março, armas de longo alcance de alta precisão atacaram a infraestrutura militar da Ucrânia. Como resultado do ataque, um estacionamento com aeronaves de combate ucranianas foi destruído na fábrica de reparos de aeronaves na cidade de Lviv, bem como depósitos de munição e equipamentos militares ucranianos nos subúrbios de Nikolaev e Voznesenk.
- Durante o dia, sistemas de defesa aérea russos derrubaram um veículo aéreo não tripulado ucraniano no ar. Aviões operacionais-táticos, militares e não tripulados atingiram 54 instalações militares da Ucrânia. Entre eles: três postos de comando, quatro instalações de sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, quatro depósitos de munição e 44 locais de acumulação de equipamentos militares.
- No total, desde o início da operação militar especial, foram destruídos 184 veículos aéreos não tripulados, 1412 tanques e outros veículos blindados de combate, 142 lançadores múltiplos de foguetes, 542 artilharia de campanha e morteiros, bem como 1211 unidades de veículos militares especiais.
- De acordo com informações confiáveis temos, em Dnepropetrovsk, funcionários do Serviço de Segurança da Ucrânia, tendo evacuado funcionários e pacientes médicos, minaram um dos edifícios do hospital da cidade nº 2, na Rua Nigoyan. Prevê-se minar o edifício do hospital minado durante o voo sobre Dnepropetrovsk, enfatizo, de qualquer aeronave russa.
- ATENÇÃO: Em primeiro lugar, para os representantes da imprensa ocidental que chegaram a Dnepropetrovsk. A aviação russa não teve nenhuma missão de combate para derrotar o prédio do hospital, outros prédios em Dnepropetrovsk e não o possui. Outra tentativa do regime nacionalista (sic) de Kiev de usá-lo para cometer uma grande provocação está fadada ao fracasso.
Em entrevista exclusiva para a RT, publicada hoje em espanhol, o Chanceler Lavrov novamente destacou que a operação militar visa a retomada da proximidade cultural histórica com a Ucrânia desnazificada “Espero que a proximidade histórica de dois povos irmãos triunfe”, afirmou. Também manifestou novamente que Biden entende os riscos de criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia: “Deixamos claro que qualquer carga que entrar no território da Ucrânia que acreditamos estar carregando armas se tornará um alvo legítimo”, reafirmou o ministro, explicando que a operação russa visa “erradicar qualquer ameaça vinda do território. da Ucrânia”. Trata-se de um exemplo da Doutrina Gerasimov.
O chanceler também lembrou que os acordos internacionais que controlam o uso de sistemas de defesa antiaérea fabricados na URSS e localizados em alguns estados europeus não permitem seu embarque para terceiros países, incluindo a Ucrânia. Entretanto, explicou que a desnazificação – um dos principais objetivos da operação – implica não só a erradicação de todas as leis que apoiam o nazismo, mas também a eliminação de qualquer legislação que discrimine a população de língua russa da Ucrânia. (Informações da RT, em 18 de março de 2022)
A cartografia do avanço russo na Ucrânia e o cinturão estratégico
No mapa abaixo temos a situação cartográfica mais realista entre os canais do Telegram. Ele demonstra o “SUCESSO DA OPERAÇÃO ESPECIAL DA FEDERAÇÃO DA RUSSA, 17 DE MARÇO DE 2022, de acordo com dados de fontes abertas”.
Tradução da Legenda:
- Território controlado do Ministério da defesa da Federação Russa
- Zona de combate
- Acúmulo de forças das Forças Armadas da Ucrânia
- Fortificação
- Direção ofensiva do Ministério da defesa da Federação Russa
- Cidades libertadas
- Assentamentos ucranianos
- Bloqueio incompleto
- Bloqueio
- Bombardeio pelas tropas do Ministério da defesa da Federação Russa
- Bombardeio pelas tropas das Forças Armadas da Ucrânia
- Batalha
- Grandes lutas
- Aeródromo
Abaixo um vídeo do avanço russo na campanha para a libertação da Novarrússia.
O cerco a partir na forma de pinça, tem facilitado a estratégia logística da Rússia na campanha de libertação e desnazificação e moldar a área original dos separatistas do Estado artificial ukronazi. De acordo com diversos canais do Telegram, a Rússia quer devolver o território abaixo aos russos do Donbass.
Esse objetivo, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia está praticamente concluído, com alguma resistência por parte somente das milícias nazistas e grupos de mercenários que continuam desembarcando na Ucrânia, inclusive sacrificando forças oficiais daquele país, a fim de permanecer no território e controlá-lo. Pelo lado da OTAN, um grande número de contingentes militares estão desembarcando nos países fantoches antirrussos, conforme mapa abaixo.
Essa operação já prevista pelo Kremlin não será empecilho, conforme reportagem que traremos na próxima semana sobre os armamentos russos em seu detalhamento, e o modo como a operação cirúrgica fará das Repúblicas do Donbass tornar-se uma “Nova Crimeia”, ou mesmo termos uma guerra prolongada, sem a reeleição de Zelensky, ou mesmo um novo golpe que reposicione Poroshenko como líder ucraniano. A Rússia pode prolongar a situação até os Novorrussos estiverem altivez e autodeterminação, e isso o tempo dirá. Mas, o que nos resta claro é que a Rússia estabelece uma campanha cirúrgica, praticamente irretocável até o momento, e qualquer especulação sobre o não avanço russo, feita pela imprensa capitalista, não corresponde à realidade.