Privatizar não é opção

América, tradicional clube do Rio a beira da falência

Só com uma administração participativa e democrática envolvendo funcionários, jogadores e o sócio torcedor os clubes poderão sobreviver

O tradicional time America do Rio enfrenta grave crise financeira, e mesmo recebendo R$ 44,4 milhões de uma ação na justiça, não vê seus problemas acabarem. Os salários estão atrasados desde setembro de 2021. Somado a isso, teve seu estádio da Rua Campos Sales, na Tijuca, demolido em 2019 para a construção de um Shopping Center que deveria ficar pronto em 2021, porém as obras ainda não começaram.

A ação na justiça se refere à aquisição de grande volume de debêntures da Eletrobrás, em negócio ordenado pelo presidente da CBF, Giulite Coutinho, e que a empresa não quis fazer o resgate dos títulos.  Foi um processo bastante conturbado e o clube acabou recebendo apenas R$ 15.079.253,37. 

Foram descontados do valor total os honorários advocatícios, que foram bastante altos, e também foram descontados R$ 17 milhões das penhoras do clube. Em nota à imprensa o América RJ informa que haviam dívidas de administrações passadas e por isso os valores devidos ao clube ficaram reduzidos.

A sede do clube havia sido tombada pela importância arquitetônica, histórica e cultural pelo então prefeito Eduardo Paes, e o tombamento foi desfeito pelo prefeito Crivella que o demoliu para a construção de um Shopping, coisa que ainda não aconteceu e não tem previsão de acontecer. Uma atitude extremamente cruel para com um time histórico do Rio, um verdadeiro absurdo isso.

O jornal Diário do Rio diz em matéria que um investidor está fazendo os pagamentos ao clube. A direção do América afirma que os valores não são os que foram combinados mas tem ajudado o clube até que se resolva a situação, e os salários continuam atrasados.

Como vários clubes brasileiros passam por situação análoga, eles têm optado pela privatização, o clube empresa que visa apenas lucro e a consequência será o fim do futebol arte em detrimento do espetáculo esportivo característico do futebol brasileiro e sul americano.

O mais correto e que trará melhor resultado para o clube, para os funcionários e os jogadores, será a administração participativa e democrática, juntamente com os torcedores, que são a alma do time e que garantem as rendas e o espetáculo em campo, junto com os jogadores e direção técnica. É assim que o futebol poderá continuar a ser a arte e alegria do povo, onde os jogadores ficarão mais motivados e todos mais empenhados em ver o time crescer e apresentar o futebol com a qualidade que os brasileiros tem.

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