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Um peso morto na campanha

Alckmin vice: PT capitula diante dos inimigos do povo e de Lula

A escolha exige uma mobilização ainda maior em defesa da candidatura de Lula

Na última sexta-feira (08), em uma reunião do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi anunciada a formação da chapa Lula-Alckmin para as eleições presidenciais de 2022. A indicação do nome do tucano foi oficializada pelo PSB, mas ainda precisa ser aprovada pelo diretório nacional do PT.

Em um primeiro momento, é preciso ficar claro que a escolha de Alckmin como vice representa um erro gravíssimo, completamente prejudicial à campanha de Lula e, nesse sentido, na luta contra o golpe. Finalmente, Alckmin, é e sempre foi um inimigo dos trabalhadores, um representante da política neoliberal no Brasil que fez boa parte de sua carreira política dentro do PSDB.

Sem contar que Alckmin, por exemplo, não pode nem mesmo comparecer a algum ato da campanha de Lula sob o risco de ser vaiado pelo povo, que bem lembra das consequências da política que o tucano representa. Ou seja, é um verdadeiro peso morto na campanha.

Nem mesmo de um ponto de vista eleitoral pode-se considerar Alckmin como um bônus. Ele não é suficiente para atrair o eleitorado da direita, e, de maneira concreta, afasta parte do eleitorado da esquerda. No máximo, captura a atenção de elementos da pequeno-burguesia que são extremamente vacilantes e, na esmagadora maioria dos casos, apenas atacam a luta dos trabalhadores.

Logo, o que ganharia o PT e, mais importante do que isso, o povo brasileiro com a inclusão de Alckmin na chapa de Lula? Objetivamente e, principalmente, a longo prazo, absolutamente nada. Por outro lado, Alckmin não tem nada a perder e tudo a ganhar, justamente pelo fato de ser um defunto político que, nos últimos anos, perdeu seu espaço no PSDB para João Dória.

Nesse sentido, seria uma campanha que visa reviver a figura de Alckmin e, com isso, o setor que ele representa no PSDB que, diga-se de passagem, está praticamente todo canalizado no PSB de São Paulo.

O “companheiro” Alckmin

Para dar o tom da manobra em torno da vice-candidatura de Alckmin, durante o anúncio, Lula afirmou que a partir de agora chamaria Alckmin de seu “companheiro”. Para que forçar a barra dessa maneira? Seria uma tentativa de emplacar a indicação nas bases do PT e da esquerda, como um todo? Se for esse o caso, é um reflexo grave da crise pela qual as lideranças do movimento dos trabalhadores passam neste momento. Afinal, há apenas alguns anos, Alckmin foi governador de São Paulo à la PSDB, ou seja, com muita repressão e ataques contra os trabalhadores.

Por isso, é extremamente improvável, para não dizermos impossível, que Alckmin ganhe qualquer tipo de popularidade entre a esquerda, principalmente a sua base.

Entretanto, fica a nota de que tal comentário representa um dos principais problemas da política burguesa: Lula, liderança do povo, afirma que os trabalhadores podem confiar em Alckmin e chamá-lo de “companheiro”. Uma armadilha mortífera.

Além disso, surge a possibilidade de ser o resultado de um acordo nos bastidores que teria como objetivo emplacar a candidatura de Haddad ao governo de São Paulo. Em outras palavras, coloca-se Alckmin vice e, em troca, o PSDB permitiria que Haddad ganhasse o pleito no principal estado do País. Por esse ângulo, mais um erro tremendo. Afinal, Haddad representa a ala direita do PT – foi ele quem, inclusive, aproximou Lula de Alckmin segundo a imprensa burguesa! -, não tem  absolutamente nenhum laço concreto com a classe operária brasileira.

Qualquer que seja o caso, o anúncio em questão revela um problema muito mais profundo e, portanto, muito mais importante que assola a esquerda brasileira: a troca de vitórias plenas, por realizações a curto prazo.

O oportunismo político

Característica marcante da política burguesa, as realizações a curto prazo resumem a luta dos trabalhadores na luta por alianças inócuas que, supostamente, seguem alguma lógica que pode favorecer o povo. Nada mais distante da realidade, e a história está recheada de casos que mostram bem aonde esse tipo de política leva.

No final das contas, a política revolucionária, a política do povo, é feita sob a base de princípios políticos firmes que buscam desenvolver um embate contra a burguesia a longo prazo. Caso contrário, caem no oportunismo – no sentido marxista da palavra – e produzem graves derrotas aos trabalhadores de conjunto.

A questão do Alckmin é exatamente a mesma coisa. Independente do que o PT pode ganhar com essa aliança (o que, como vimos, não é basicamente nada), sua posição deve ser de rejeitar tais acordos e focar a sua mobilização em torno da única classe revolucionária da sociedade moderna: os trabalhadores.

O “esquerdismo” é um veneno à luta contra o golpe

Frente à presente crise na candidatura Lula, parte da esquerda pequeno-burguesa, tentando pintar um quadro de radicalismo, atacou o PT e o próprio Lula, colocando-os como inimigos fundamentais dos trabalhadores que devem ser superados imediatamente.

Seria essa a política acertada daqueles que dizem defender o interesse dos oprimidos? Não. E, apesar do esquecimento – ou do oportunismo – desses setores, Lênin já explicou esta questão há mais de um século.

Em sua obra Esquerdismo, a doença infantil do comunismo, Lênin, o principal dirigente da Revolução Russa de 1917, polemiza com a posição de agrupamentos comunistas que, à época, tomavam conclusões extremamente confusas acerca da situação política de seus países.

Sua tese fundamental gira em torno de que, na luta contra a burguesia, na luta rumo à direção proletária, os comunistas devem analisar a situação concreta e, caso necessário, realizar concessões no sentido de, por exemplo, apoiar um candidato que não seja necessariamente socialista.

Esse é o caso de Lula. Afinal de contas, ele é um político burguês. Mas – e aqui está o mais importante – é um político anti-imperialista que é massivamente apoiado pelos trabalhadores do Brasil. Nesse sentido, apoiar incondicionalmente sua candidatura, como tem feito o PCO, representa exatamente a única forma de mobilizar o povo contra o golpe de 2016 e efetivamente derrotar os golpistas nas eleições deste ano. Algo que, sem sombra de dúvidas, colocaria uma montanha na frente de seu caminho rumo à devastação do País.

O contrário, como colocou Lênin, se enquadra em uma política “esquerdista” das mais infantis. Política que, apesar de qualquer possível intenção, favorece a burguesia justamente pelo fato de que isola a esquerda dos trabalhadores que, queira ou não, veem em Lula uma figura que pode acabar com a sua miséria.

É preciso empurrar a candidatura de Lula cada vez mais à esquerda!

Entretanto, deve ficar claro que tal compromisso não significa um compromisso total com Lula e o PT. De forma definitiva, devem ser apoiados, mas com um posicionamento político crítico. Ou seja, não se pode chamar o povo para apoiar Lula de maneira eleitoreira, burocrática. Mas sim, chamá-lo para fazer com que Lula ganhe as eleições na base da força, na base da mobilização.

É, inclusive, uma forma de anular o próprio Alckmin. Sabe-se que a esmagadora maioria da base da esquerda rejeita a ideia de sua participação na chapa de Lula. Todavia, sem uma mobilização concreta, é fácil mascarar essa desaprovação, algo completamente insustentável caso os trabalhadores se radicalizem ainda mais.

Por isso, mais agora do que nunca, absolutamente todas as lideranças, organizações, partidos e centrais dos trabalhadores devem chamar o povo a se mobilizar por Lula presidente. Essa é a única e mais urgente oportunidade que os trabalhadores terão de derrotar o golpismo no País. Não é atoa que o imperialismo tem levado adiante uma dura campanha de calúnias contra a candidatura de Lula. E se o imperialismo está preocupado, então a esquerda deve agir e, com os trabalhadores, dar o empurrão final que a luta anti-imperialista precisa.

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