A burguesia e pequena burguesia brasileiras, diante do fracasso da terceira via, continuam alimentando um vice diametralmente oposto às ideias do ex-presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT). A estratégia daqueles que querem ameaçar a candidatura de Lula com Geraldo Alckmin (ex-PSDB) na chapa agora começam a passar uma falsa ideia de que o ex-tucano é progressista e civilizado, passando uma borracha no seu passado de carrasco da população brasileira.
Geraldo Alckmin sempre ficou impune de seus crimes devido ao apoio dos grandes meios de comunicação e da grande base parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Mantê-lo cogitado para ser o vice de Lula é um erro e só desmoraliza e desmobiliza parte da militância de esquerda. Lula não precisa de Alckmin para vencer as eleições. Esse suposto vice não lhe dará garantia alguma de governabilidade, apenas desgaste e tensão de um novo golpe ao estilo de Michel Temer(MDB), como lhe chamou a atenção a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), golpeada por um sujeito que deveria articular sua permanência no poder diante do cio dos golpistas do centrão e sobretudo do PSDB, o partido que Alckmin serviu por mais de 30 anos.
A operação da burguesia é passar uma borracha nos crimes de Alckmin e estimular a esquerda pequeno-burguesa a rachar com Lula justamente por causa de Alckmin como vice. Embora Alckmin seja um Cavalo-de-Tróia, Lula ainda é a única candidatura ainda capaz de derrotar o Golpe de Estado. Lula agora sinaliza estar mais à esquerda do que nos seus governos anteriores, o que eleva ainda mais a contradição com o reacionário Geraldo Alckmin.
Os crimes de Alckmin e seus ataques à classe trabalhadora devem ser lembrados para percebermos o tamanho do erro que será compor chapa com esse sujeito.
Assim como Bolsonaro e os atuais golpistas apoiadores do governo federal, Geraldo Alckmin já ordenou a expulsão dos moradores do acampamento Carlos Lamarca na cidade de Osasco (SP) em 2002, após sua reeleição. Sob um enorme temporal e descumprimento de acordo feito anteriormente com as famílias, estas tiveram seus pertences destruídos pela PM do governador e foram brutalmente retiradas do local e levadas para Guarulhos.
Na época o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) lançou uma nota criticando a traição de Alckmin:
“O governo do Estado de São Paulo descumpriu, arbitrariamente, um acordo feito durante o período eleitoral com cinco mil famílias sem-teto de Osasco, organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Antes, quando Geraldo Alckmin disputava a reeleição, prometeu agir para solucionar o problema de moradia dessas famílias. Agora, reeleito, o governador aciona a Tropa de Choque da Polícia Militar para usar da violência policial e despejar os moradores do Acampamento Carlos Lamarca, em Osasco”.
O ex-governador, além dos seus crimes com a merenda escolar; contratos fraudulentos com Organizações Sociais de Saúde (OSS), Prefeitura e Estado; corrupção e lavagem de dinheiro do Metrô 1; desvio de verbas no Rodoanel; ataques aos professores; favorecimento ilegal de mais de 3 milhões aos jornais Folha de S.Paulo, Estadão e a Revista Veja; investimento em aeroporto fantasma em Itanhaém(no ano de 2005), atacou também os sem-terra.
“A invasão é um desserviço à reforma agrária porque a boa bandeira da reforma fica maculada pelas invasões de propriedade, que causam uma enorme insegurança no campo”, disse Alckmin em 2016. Em 2018, na campanha para presidência, disse que iria “reanimar a medida provisória do FHC que impedia que terra invadida fosse pra reforma agrária. Vamos até aumentar o tempo”.
A oposição a Lula o atacará de várias formas, com diversas acusações contra o PT e também contra Alckmin, mas esse suposto vice será sempre um perigo, uma incógnita, pois ele não deixará de ser um aliado da burguesia a serviço das políticas neoliberais e imperialistas. Alckmin não engolirá as políticas progressistas de Lula, que dar sinais de estar caminhando mais ainda para a esquerda depois que saiu da masmorra de Curitiba.
Toda oposição ao carrasco Alckmin e todo apoio à eleição e governo de Lula, que precisará de muita mobilização popular como ferramenta de governabilidade.