A articulação do governador Rui Costa com a coligação com partidos da direita golpista na base de seu governo com apoio do atual senador petista e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, para que o Partido dos Trabalhadores não tenha candidatura própria para as eleições ao governo do estado neste ano tem gerado um enorme descontentamento da base militante do PT, não somente na Bahia, mas pelo país.
O descontentamento foi tão grande que até mesmo parte da burocracia que controla o PT se levantou contra a decisão com o anúncio de diversos deputados federal e estaduais, além de vereadores, prefeitos e diretórios municipais por toda a Bahia, emitiram nota repudiando essa possibilidade e afirmando que essa decisão tem que ser tomada pelas instancias partidárias e a base petista, e não por um pequeno grupo direitista que está atrelada ao aparato estatal, como a ala que está junto com o governador Rui Costa.
Parlamentares do PT baiano disseram que a decisão vai ocorrer de acordo com o grupo que está com o governador petista Rui Costa, o direitista Otto Alencar (PSD de Gilberto Kassab) e do vice-governador João Leão (do Progressistas, partido que chegou a oferecer a legenda a Jair Bolsonaro quando este estava sem partido).
Após esse movimento contra esse acordo esdruxulo, Jaques Wagner desistiu de sua candidatura para facilitar a política de Rui Costa em entregar o governo da Bahia para a direita golpista.
Eleições serão uma guerra
A insistência de Rui Costa e Jaques Wagner em entregar o governo para os golpistas do PSD e do PP vem, de maneira intencional ou não, para o retorno do carlismo através de Antônio Carlos Magalhães Neto ao governo da Bahia.
Todos sabem que as eleições de 2022 serão uma guerra, e nem mesmo a candidatura de Lula e sua vitória está garantida. A direita golpista já emite sinais que não vai aceitar a volta de Lula e o PT ao governo federal depois do golpe contra Dilma Roussef em 2016, nem da perseguição a lideranças do PT e da prisão de Lula. Tudo isso para retirar o PT e levar Jair Bolsonaro de maneira fraudulenta para a presidência da República.
As pesquisas eleitorais que davam Lula como certo e até ganhando em primeiro turno começam a mostrar Lula caindo e a redução da diferença com Bolsonaro através de muita manipulação. A Rede Globo lançou uma minissérie que retoma o caso do assassinato do petista Celso Daniel, principal propaganda da direita contra o PT, insistência das urnas eletrônicas por parte do STF e da direita golpista e entregando a licitação das urnas eletrônicas serão controladas por empresa ligada ao PSDB, Moro e Dallagnol (veja mais aqui https://www.causaoperaria.org.br/rede/dco/politica/judiciario/urnas-eletronicas-serao-controladas-por-empresa-ligada-ao-psdb-moro-e-dallagnol/).
Há uma escalada de ataques contra Lula e o PT desde a direita golpista até mesmo pelo partidos da esquerda, que mesmo com Lula liderando o cenário eleitoral, se recusam a apoiar Lula e procuram fechar uma federação partidária com partidos golpistas como a Rede de Sustentabilidade da golpista e queridinha do Bando Itaú, Marina Silva e o PSB, que para fechar acordo com o PT quer que este entregue pelo menos três estados onde a probabilidade de ganhar são grandes, como Fernando Haddad em São Paulo, Humberto Costa em Pernambuco e Fabiano Contarato no Espírito Santo.
Decisão da cúpula do PT da Bahia vai beneficiar o retorno do carlismo ao governo
Esse cenário de ataques contra Lula e o PT não será diferente na Bahia. Toda a direita, bolsonarista ou que finge não ser se unificou em torno da candidatura de ACM Neto e na unificação entre o PSL e o DEM para formar o União Brasil.
Isso já demonstra que no campo eleitoral não está garantido uma vitória do PT e esses acordos, no mínimo estranhos, realizados por Rui Costa e Jaques Wagner, tende a favorecer muito a candidatura de ACM Neto.
Depois de quatro mandatos de governo petista esse acordo eleitoral vai colocar no governo um elemento que não tem nenhuma relação com um governo dos trabalhadores e lançara candidatos e partidos que sempre tiveram seus nomes ligados ao carlismo na Bahia, como Otto Alencar (PSD) e João Leão (PP), que não se pode afirmar que são carlistas arrependidos ou estão com o PT puramente por uma jogada oportunista eleitoral. Da mesma maneira do MDB e outros que estavam na base do governo federal de Dilma Roussef e quanto tiveram oportunidade deram um golpe.
De qualquer modo, essa “tática” eleitoral tem somente uma figura fortalecida: ACM Neto!
Desconfiar da ala de Rui Costa e Jaques Wagner
Essa política de sacrificar petistas e entregar governos a direita é de praxe no governador Rui Costa. Isso foi visto no lançamento de uma figura que não tinha nenhuma relação com o PT nas eleições para prefeitura de Salvador em 2020. O PT, por meio do governador resolveu lançar uma Major da PM como prefeita num estado onde a população negra muito majoritária e trabalhadora sofre com um dos maiores índices de violência policial. A escolhida pela ala direita do PT baiano comandada pelo governador Rui Costa é a Major da Polícia Militar Denice Santiago. A Major sequer é uma filiada ao PT e muito menos possui um histórico de luta ou defesa dos trabalhadores e da população. Resultado dessa politica foi a derrota do PT e o fortalecimento do carlismo que elegeu um bolsonarista ligado a ACM Neto a prefeitura da capital.
Um outro exemplo dos diversos casos foi no município de Porto Seguro, Extremo Sul do Estado. O senador Jaques Wagner articulou para que a candidata do PT, Lívia Bittencout, candidata a prefeita desistisse de sua candidatura em favor da candidatura de um golpista e bolsonarista chamado Uldurico Junior (PROS). A decisão causou uma enorme revolta e confusão entre a base petista e a população de Porto Seguro. Resultado facilitou a vitória do candidato bolsonarista Jânio Natal.
A única conclusão que pode ser tirada é que as decisões de Rui Costa e Jaques Wagner não devem ser dignas da mínima confiança da militância petista.
Política que favorecem a volta do carlismo ao governo do estado
A base do PT da Bahia deve se colocar contrária e denunciar abertamente essa sabotagem realizada por Rui Costa e Jaques Wagner. Diante dos ataques da direita e de um novo golpe nas eleições, lançam uma política que somente favorece ACM Neto ou de outros ex-carlistas que vão trair rapidamente os acordos com o PT em troca da carreira política de Rui Costa.





